Osteogénese Imperfeita – Experiência do Serviço de Ortopedia do Hospital Dona Estefânia

Autores

  • Carlos Escobar Departamento de Pediatria. Hospital Fernando Fonseca. Amadora. Portugal.
  • Duarte Malveiro Serviço de Pediatria. Hospital de São Francisco Xavier (C.H.L.O.). Lisboa. Portugal.
  • António Salgado Serviço de Pediatria. Hospital de São Francisco Xavier (C.H.L.O.). Lisboa. Portugal.
  • Maria Inês Santos Serviço de Pediatria, Hospital de São Teotónio. Viseu. Portugal.
  • João Lameirão Campagnolo Serviço de Ortopedia Infantil. Hospital Dona Estefânia (C.H.L.C). Lisboa Portugal.
  • Manuel Cassiano Neves Serviço de Ortopedia Infantil. Hospital Dona Estefânia (C.H.L.C). Lisboa Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4005

Resumo

Introdução/Objectivos: A osteogénese imperfeita (OI) é uma doença genética caracterizada por fragilidade óssea e osteopenia. O tratamento implica uma abordagem multidisciplinar e tem como objectivo a melhoria da qualidade de vida. Os autores pretendem descrever as características de uma amostra de crianças com OI, avaliar o tratamento realizado e a evolução clínica pré e pós terapêutica. Material e Métodos: Estudo observacional, longitudinal, retrospectivo e analítico, com base nos dados obtidos da consulta dos processos de todos os doentes com OI incluídos no protocolo de tratamento com pamidronato no Hospital Dona Estefânia. As variáveis estudadas foram: sexo, idade de diagnóstico, antecedentes familiares de OI, idade de fractura, localização da fractura, número de fracturas, terapêutica médica/cirúrgica, idade de início do tratamento médico, número de ciclos de terapêutica médica, idade da terapêutica cirúrgica, complicações da terapêutica cirúrgica. Adoptou-se um nível de significância de 5%. Resultados: De 21 doentes, 61,9% eram do sexo masculino e 11 tinham registado o diagnóstico do tipo de OI (cinco do tipo I, três tipo III, três tipo IV). A idade média de diagnóstico foi de 20,6 meses, verificando-se dois picos diagnósticos: no primeiro mês – 37%, e aos 24 meses - 26%. Em média os doentes apresentaram 0,62 fracturas/doente/ano, 17,4% das quais no período perinatal e 62% antes dos três anos de idade. A maioria das fracturas ocorreu nos membros inferiores (55,6%). Todos os doentes realizaram tratamento médico, com início em média aos 4,3 anos. Na amostra com seguimento (n=14) verificou-se diminuição no número de fracturas após o início do tratamento com pamidronato (de 0,76 para 0,35 fracturas/doente/ano). Foram colocadas cavilhas endomedulares em nove doentes (64,3%). Em oito doentes foram colocadas nos fémures, quatro unilaterais e quatro bilaterais, não existindo antecedentes de fractura em três casos. Não se registaram novas fracturas nos ossos encavilhados. Conclusão: A OI é uma doença com uma ampla variabilidade clínica que depende maioritariamente do seu tipo. Apesar de não existir tratamento curativo, o tratamento médico com bifosfonatos e o tratamento cirúrgico, com colocação de cavilhas endomedulares, parece reduzir a incidência de novas fracturas.

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Publicado

2013-04-24

Como Citar

1.
Escobar C, Malveiro D, Salgado A, Santos MI, Lameirão Campagnolo J, Cassiano Neves M. Osteogénese Imperfeita – Experiência do Serviço de Ortopedia do Hospital Dona Estefânia. Acta Med Port [Internet]. 24 de Abril de 2013 [citado 18 de Julho de 2024];26(1):5-11. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4005