Fetomortalidade Tardia: Estudo Coorte de dez anos
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.4011Resumo
Introdução: A morte fetal tardia é um acontecimento que se mantém na prática diária, apesar de protocolos de vigilância pré-natal e intraparto. Objectivo: Análise dos factores que contribuíram para a causa principal ou condições associadas a morte fetal tardia num período de 10 anos Métodos: Coorte retrospectiva de 208 gestações tardias simples, cujo parto em unidade terciária de cuidados perinatais resultou no nascimento de um nado morto, num período de dez anos. Através de consulta de processo clínico foram analisados dados clínicos, laboratoriais e resultados de estudo anatomo-patológico feto-placentário. Resultados: A incidência de morte fetal tardia foi de 3,5 por cada 1000 nascimentos. Não foram encontradas quaisquer tendências na incidência de MF tardia ao longo do tempo de estudo. Em 12 (5,8%) casos a morte fetal foi um acontecimento intraparto e 72 (35%) eram gestações de termo. Em 14% a gravidez não foi vigiada. A IG média de diagnóstico foi 34 semanas. A principal causa de morte associou-se a patologia fetal, tendo sido identificados factores fetais em 59 casos, destes 25% foram considerados leves para a idade gestacional. Em 24.5% dos casos a causa de morte foi inexplicada. Identificaram-se factores de risco materno em 21% dos casos, a patologia hipertensiva foi frequente e foi associada a idade gestacional precoce (p = 0,028). Conclusões: Não houve oscilações na incidência de morte fetal tardia ao longo dos dez anos avaliados. A incidência foi de 3,5‰, idêntica à descrita em países desenvolvidos. Cerca de um quarto das mortes fetais foram inexplicadas. A patologia materna mais frequente foi a hipertensão crónica.
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