Relação entre o Tratamento com Metformina e o Desenvolvimento de Hiperlactacidemia no Serviço de Urgência

Autores

  • Daniela Guelho Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Isabel Paiva Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Francisco Carrilho Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4071

Resumo

Introdução: Em diabéticos tipo 2 sob metformina o desenvolvimento de hiperlactacidemia ou mesmo acidose láctica parece decorrer de um evento precipitante agudo. Este estudo objetiva avaliar a prevalência e risco relativo de hiperlactacidemia em diabéticos observados no Serviço de Urgência, os fatores preditores da concentração de lactatos e a influência da lactacidémia no prognóstico.
Material e Métodos: Estudo observacional transversal incluindo 138 diabéticos tipo 2, dos quais 66 sob metformina, e 83 doentes não diabéticos atendidos entre junho e outubro de 2012. Variáveis estudadas: idade, sexo, motivo de urgência, pressão arterial, hábitos farmacológicos, antecedentes, estudo analítico (bioquímica e gasometria arterial com doseamento de lactatos) e destino após observação. Análise estatística realizada com SPSS 21.0®.
Resultados: A concentração de lactatos e proporção de hiperlactacidemia foram significativamente superiores nos diabéticos (2,1 ± 0,1 mmol/L vs. 1,1 ± 0,1mmol/L, p < 0,001 e 39,1% vs. 3,6%, p < 0,001, respetivamente); particularmente naqueles sob metformina comparativamente aos restantes diabéticos (2,7 ± 0,2 mmol/L vs. 1,6 ± 0,1 mmol/L, p < 0,001 e 56,9 % vs. 23,3 %, p < 0,001, respetivamente). Os diabéticos sob metformina contabilizaram uma probabilidade de hiperlactacidemia 25x superior (OR = 25,10, p < 0,05). A creatinina representou o único fator preditor independente da lactacidemia (B = 1,33; p < 0,05). Os doentes com hiperlactacidemia apresentaram probabilidade 4,4x superior de serem internados ou falecerem (OR = 4,37, p < 0,05). E, quando internados, contabilizaram tempo de internamento (21,66 ± 5,86 dias vs 13,68 ± 5,33dias, p < 0,001) e número de óbitos superiores (12,5% (n = 4) vs 4,3% (n = 2), p < 0,05).
Conclusões: Demonstrou-se um risco acrescido de hiperlactacidemia em diabéticos tipo 2, particularmente naqueles sob metformina. A creatinina sérica representou o único fator preditor independente da concentração de lactatos. A presença de hiperlactacidemia condicionou um pior prognóstico.

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Biografias Autor

Daniela Guelho, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Isabel Paiva, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Francisco Carrilho, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Publicado

2014-04-30

Como Citar

1.
Guelho D, Paiva I, Carrilho F. Relação entre o Tratamento com Metformina e o Desenvolvimento de Hiperlactacidemia no Serviço de Urgência. Acta Med Port [Internet]. 30 de Abril de 2014 [citado 22 de Novembro de 2024];27(2):196-203. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4071

Edição

Secção

Original