Hipofraccionamento no Carcinoma Localmente Avançado da Mama: Esquema “Flash”

Autores

  • Marisa Padilha Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Sara Gonçalves Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Carlos Fardilha Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Gilberto Melo Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Cristina Miranda Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Paula Alves Serviço de Radioterapia. Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4096

Resumo

Introdução: O carcinoma da mama é uma das principais causas de morte no nosso país. No Serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia de Coimbra de Coimbra utilizamos, desde há mais de 30 anos, um esquema de hipofraccionamento de radioterapia, denominado “Flash”, como opção terapêutica em doentes idosos ou com baixo Performance Status, portadores de carcinoma da mama localmente avançado ou com estádios IIb ou IV, com intenção neoadjuvante ou paliativa. Objectivos: Avaliar a resposta ao tratamento, nomeadamente sobrevivência global aos três anos, resposta local e toxicidades aguda e crónica, no grupo de doentes seleccionados submetidos a esquema de hipofraccionamento, em estudo retrospectivo. Metodologia: Entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2008, um total de 83 doentes com diagnóstico de Carcinoma da Mama Localmente Avançado ou com estádios IIb ou IV, foi submetido a “Flash” mamário. A dose de radioterapia prescrita foi de 13Gy / 2Fr / 3 dias (em 23 doentes - 27,7%) e 26Gy / 4Fr / 2,5 semanas (em 60 doentes - 72,3%), com fotões de 4 MV, sobre a mama afectada. Foi avaliada sobrevivência global segundo o método de Kaplan-Meier. A análise estatística foi efectuada através da aplicação SPSS, versão 17.0 e os testes estatísticos foram avaliados ao nível de significância de 5%. Resultados: 80 doentes (96,4%) que efectuaram “Flash” mamário eram do género feminino, com idades compreendidas entre os 59 e os 93 anos (idade média 80,72 + 5,87 anos) e Performance Status (Karnosfsky: 0 - 100) entre 90 e 50%. Em 72 doentes (86,7%) o diagnóstico histológico foi Carcinoma Ductal Invasivo. A cirurgia após a realização do “Flash” Mamário foi realizada em 44 doentes (53%) após evidência de resposta local à radioterapia, sendo a Mastectomia Radical Modificada a técnica cirúrgica mais frequente. Efectuou-se o diagnóstico de metastização óssea em 10 doentes (12%), sendo que a taxa de sobrevivência global foi de 68,7% (57 doentes), em quatro anos. Dez doentes (12%) morreram por progressão da doença ou persistência tumoral Em 42 doentes (50,6%) não se verificaram evidência ou progressão de doença e três doentes (3,6%) apresentaram melhoria clínica. Conclusões:O “Flash Mamário” é uma modalidade de tratamento segura, relativamente aos efeitos secundários, e opção terapêutica válida para doentes idosos ou com baixo Performance Status, com o diagnóstico de carcinoma localmente avançado ou estádio IIb ou IV, a título neoadjuvante ou paliativo. Há menor risco de recidiva/progressão, nos doentes com melhor estado geral, sendo a taxa de sobrevivência global maior

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Como Citar

1.
Padilha M, Gonçalves S, Fardilha C, Melo G, Miranda C, Alves P. Hipofraccionamento no Carcinoma Localmente Avançado da Mama: Esquema “Flash”. Acta Med Port [Internet]. 31 de Maio de 2013 [citado 23 de Novembro de 2024];26(2):98-101. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4096

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