Atitudes e Percepções Relativas ao Tratamento de Manutenção com Opiáceos em Portugal: Um Inquérito a Médicos, Doentes e Utilizadores
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.410Resumo
Introdução: Existem poucos estudos pan-europeus sobre programas terapêuticos com agonistas opiáceos, tanto da perspectiva dos prescritores, como dos doentes que os recebem e dos utilizadores de opióides que se mantêm fora do sistema de tratamento. O projecto ACCESS, um estudo europeu realizado em 11 países, explorou as atitudes e percepções dos médicos, doentes e utilizadores de opióides quanto à qualidade e ao acesso aos programas terapêuticos com agonistas opiáceos. O presente artigo descreve os principais resultados para Portugal.
Material e Métodos: Os médicos que tratam doentes dependentes de opióides com recurso a programas terapêuticos com agonistas opiáceos foram inquiridos por entrevista directa; os doentes em programas terapêuticos com agonistas opiáceos, os doentes que não se encontravam em programas terapêuticos com agonistas opiáceos (em tratamento não farmacológico), e os utilizadores activos (pessoas dependentes de opióides que não se encontram actualmente em tratamento) receberam questionários de auto-preenchimento.
Resultados: Verificou-se que, tanto os médicos como os doentes avaliam como ‘Bom’ o tratamento dos dependentes de opióides, em Portugal. O acesso ao tratamento foi considerado ‘Fácil’ pela maioria dos doentes e dos médicos, registando-se um elevado nível de satisfação entre os doentes. Contudo, o conhecimento dos doentes quanto às opções dos programas terapêuticos com agonistas opiáceos em Portugal encontra-se ainda abaixo do nível óptimo e as doses dos fármacos dos programas terapêuticos com agonistas opiáceos são frequentemente baixas.
Discussão: Os resultados do projecto ACCESS, no que diz respeito a PTAO, são encorajadores e evidenciam quer as áreas de sucesso, quer as áreas que podem ser melhoradas no futuro, no que diz respeito ao sistema de tratamento de dependências de opióides em Portugal.
Conclusões: O projecto ACCESS faz uma avaliação importante das atitudes e percepções em relação aos programas terapêuticos com agonistas opiáceos em Portugal. Estes dados deverão constituir um apoio importante a futuras tomadas de decisão quanto à optimização de respostas ao tratamento, no que diz respeito aos doentes e ao nível dos serviços de saúde.
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