Anestesia Pediátrica em Período de Imaturidade Cerebral e Perturbações do Neurodesenvolvimento

Autores

  • Dora Catré Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE. Viseu. Portugal. Departamento de Cirurgia. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Maria Francelina Lopes Departamento de Cirurgia. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal. Serviço de Cirurgia Pediátrica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Coimbra. Portugal.
  • António Silvério Cabrita Serviço de Anatomia Patológica.. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Joaquim Silva Viana Departamento de Anestesiologia/Cirurgia. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade da Beira Interior. Covilhã. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4100

Resumo

Introdução: Diversos estudos experimentais e clínicos sugerem que fármacos usados em anestesia pediátrica podem exercer efeitos indesejáveis sobre o sistema nervoso central imaturo. O objetivo desta revisão consistiu em avaliar os resultados e conclusões de estudos publicados na literatura sobre perturbações persistentes do neurodesenvolvimento após exposição a anestésicos de crianças em fase de imaturidade cerebral.
Material e Métodos: Realizámos uma pesquisa bibliográfica em diversas bases de dados (PubMed, SciELO e Cochrane Library),
utilizando os termos ‘Pediatric anesthesia OR Pediatric anesthetic OR Developing brain anesthetic OR Developing brain anesthesia
AND behavior disorders’ e foram incluídos os estudos em humanos, referentes a efeitos persistentes no neurodesenvolvimento após exposição a anestésicos nos primeiros quatro anos de idade.
Resultados: Dez estudos retrospetivos cumpriram os critérios de inclusão. Destes, sete sugerem alteração do neurodesenvolvimento por exposição de criança pequena à anestesia, por oposição aos resultados obtidos pelos restantes três.
Discussão: Embora maioritariamente utilizem bases de dados amplas, os estudos encontrados são retrospetivos, variam nos grupos teste, incluem variáveis de confusão por vezes contornáveis e alguns apresentam incorreções na escolha da população teste e controlo que podem comprometer a fiabilidade dos resultados.
Conclusão: As numerosas limitações dos poucos estudos clínicos disponíveis fazem com que a informação reportada ainda se considere insuficiente para mudar a prática clínica atual. No entanto, sendo indiscutível que se mantêm as recomendações para providenciar anestesia quando necessária, independentemente da idade, os alertas encontrados na literatura são preocupantes, existindo indicação para que sempre que possível sejam ponderadas alternativas que possam contribuir para diminuir os riscos da exposição anestésica.
Palavras-chave: Anestesia; Anestésicos; Criança; Perturbações do Desenvolvimento; Perturbações do Comportamento; Revisão.

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Biografias Autor

Dora Catré, Serviço de Anestesiologia. Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE. Viseu. Portugal. Departamento de Cirurgia. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Maria Francelina Lopes, Departamento de Cirurgia. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal. Serviço de Cirurgia Pediátrica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Coimbra. Portugal.

António Silvério Cabrita, Serviço de Anatomia Patológica.. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Joaquim Silva Viana, Departamento de Anestesiologia/Cirurgia. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade da Beira Interior. Covilhã. Portugal.

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Publicado

2014-06-30

Como Citar

1.
Catré D, Lopes MF, Cabrita AS, Silva Viana J. Anestesia Pediátrica em Período de Imaturidade Cerebral e Perturbações do Neurodesenvolvimento. Acta Med Port [Internet]. 30 de Junho de 2014 [citado 25 de Novembro de 2024];27(3):383-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4100

Edição

Secção

Revisão