Impedimentos à Prescrição de Anticoagulação na Fibrilhação Auricular e Atitude Face aos Novos Anticoagulantes Orais

Autores

  • Tiago Pereira-Da-Silva Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Teresa Souto Moura Serviço de Medicina Interna 1.4. Hospital de São José (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Luísa Azevedo Serviço de Medicina Interna 1.4. Hospital de São José (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Margarida Sá Pereira Serviço de Medicina Interna 1.4. Hospital de São José (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Daniel Virella Gabinete de Análise Epidemiológica e Estatística, Centro de Investigação (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Marta Alves Gabinete de Análise Epidemiológica e Estatística, Centro de Investigação (CHLC). Lisboa. Portugal.
  • Luís Borges Serviço de Medicina Interna 1.4. Hospital de São José (CHLC). Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4105

Resumo

Introdução e Objetivos: Avaliar a taxa de prescrição de anticoagulantes orais na fibrilhação auricular, os fatores associados à não prescrição, os motivos referidos pelos clínicos para não prescrição de anticoagulantes incluindo os de nova geração e realizar estudo evolutivo a médio prazo. Material e Métodos: Estudo prospetivo sobre casos consecutivos de doentes com fibrilhação auricular com alta hospitalar. Registaram- se os scores CHA2DS2VASc e HASBLED, comorbilidades associadas e a medicação prévia e à data de alta. Na alta hospitalar, o médico assistente indicou em questionário o motivo de não prescrição de anticoagulantes orais e dos novos anticoagulantes orais. Exclusão: contra-indicação absoluta para anticoagulação, CHA2DS2VASc ≤ 1 e doença valvular. Os doentes foram reavaliados um ano após o recrutamento do primeiro doente. Resultados: Identificaram-se 103 candidatos a anticoagulação oral (79,6 ± 8,0 anos; CHA2DS2VASc 5,8 ± 1,4; HASBLED 2,6 ± 1,0; HASBLED ≥ 3 em 55,3%); os anticoagulantes foram prescritos em 34,0%. Fatores associados à não prescrição por ordem decrescente de relevância: uso prévio de antiagregantes, doente acamado e/ou demente, ausência de insuficiência cardíaca e número de fatores de risco hemorrágico. Razões invocadas para não prescrição por ordem decrescente de frequência: risco hemorrágico elevado, pequeno benefício, incapacidade de seguir o esquema terapêutico e dificuldade na monitorização da razão normalizada internacional (INR). Os novos anticoagulantes não foram prescritos e as razões invocadas foram, por ordem decrescente de frequência: informação insuficiente sobre estes fármacos, risco hemorrágico elevado, custo elevado e pequeno benefício. Aos 8,2 ± 2,5 meses de estudo evolutivo 33,3% dos doentes encontravam-se sob anticoagulação sem que os novos anticoagulantes tivessem sido prescritos. Conclusões: Nesta amostra, a taxa de prescrição de anticoagulação oral foi baixa e o fator mais associado à não prescrição foi o uso prévio de antiagregantes. O impedimento à prescrição mais referido foi o risco hemorrágico, seguido do pequeno benefício reconhecido. Os principais impedimentos referidos à prescrição dos novos anticoagulantes foram a informação insuficiente e o alto risco hemorrágico. A médio prazo, a proporção de doentes sob anticoagulação mantinha-se baixa e os novos anticoagulantes não tinham sido prescritos.

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Como Citar

1.
Pereira-Da-Silva T, Souto Moura T, Azevedo L, Sá Pereira M, Virella D, Alves M, Borges L. Impedimentos à Prescrição de Anticoagulação na Fibrilhação Auricular e Atitude Face aos Novos Anticoagulantes Orais. Acta Med Port [Internet]. 31 de Maio de 2013 [citado 23 de Novembro de 2024];26(2):127-32. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4105

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