Factores Preditivos de Metastização Ganglionar Retroperitoneal no Cancro do Endométrio

Autores

  • Cecília Urzal Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Viseu. Portugal.
  • Rita Sousa Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.
  • Vítor Baltar Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.
  • Paulo Correia Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.
  • Eugénia Cruz Serviço de Anatomia Patológica. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.
  • Daniel Pereira da Silva Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4115

Resumo

Introdução: Tem sido sugerido que o estadiamento completo possa ser omitido com segurança em doentes com carcinoma do endométrio e baixo risco de metástases ganglionares. Os objectivos do nosso trabalho foram a exploração do significado prognóstico de factores patológicos para disseminação ganglionar pélvica e para-aórtica e a validação do algoritmo da Clínica Mayo, de forma a identificar as doentes em que a linfadenectomia possa ser dispensada.
Material e Métodos: Efectuámos um estudo retrospectivo incluindo 208 doentes, para a avaliação de variáveis tumorais patológicas e metástases ganglionares. A análise estatística foi realizada através dos testes qui-quadrado, exacto de Fisher e t de Student.
Resultados: A invasão miometrial > 50% (p < 0,001), a invasão do colo (p = 0,001), a invasão dos espaços linfovasculares (p = 0,003) e a citologia peritoneal positiva (p = 0,03) constituíram preditores significativos de disseminação ganglionar retroperitoneal. A metastização
ganglionar pélvica foi preditiva de metastização ganglionar para-aórtica (p < 0,001).
Discussão: O algoritmo da Clínica Mayo identificou as doentes sem metástases nos gânglios pélvicos ou para-aórticos com um valor preditivo negativo de 98,4% (61/62). A combinação de invasão miometrial ≤ 50% e ausência de invasão cervical ou linfovascular apresentou um valor preditivo negativo de 98,8% (79/80).
Conclusão: Apesar de os critérios da Clínica Mayo predizerem uma probabilidade muito reduzida de metástases ganglionares retroperitoneais, a combinação de invasão miometrial ≤ 50% e ausência de invasão cervical ou linfovascular teria evitado a linfadenectomia num número superior de mulheres.

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Biografias Autor

Cecília Urzal, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Viseu. Portugal.

Rita Sousa, Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

Vítor Baltar, Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

Paulo Correia, Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

Eugénia Cruz, Serviço de Anatomia Patológica. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

Daniel Pereira da Silva, Serviço de Ginecologia. Instituto Português de Oncologia. Coimbra. Portugal.

Publicado

2014-01-08

Como Citar

1.
Urzal C, Sousa R, Baltar V, Correia P, Cruz E, Pereira da Silva D. Factores Preditivos de Metastização Ganglionar Retroperitoneal no Cancro do Endométrio. Acta Med Port [Internet]. 8 de Janeiro de 2014 [citado 21 de Novembro de 2024];27(1):82-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4115