Patologia Dermatológica em Doentes Transplantados Hepáticos e Renais Referenciados à Consulta de Dermatologia e Venereologia

Autores

  • Sónia Fernandes Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.
  • Ana Sofia Carrelha Centro Hepato-Bílio-Pancreático e Transplantação. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.
  • Gabriela Marques Pinto Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.
  • Fernando Nolasco Unidade de Transplantação e Serviço de Nefrologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.
  • Eduardo Barroso Centro Hepato-Bílio-Pancreático e Transplantação. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.
  • Jorge Cardoso Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.412

Resumo

Introdução: Foram descritas várias doenças cutâneas em doentes transplantados, em relação com a terapêutica imunossupressora instituída. Pretendemos caracterizar o espectro clínico das patologias dermatológicas e comparar os diagnósticos entre os doentes transplantados hepáticos e os doentes transplantados renais.
Material e Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo através da consulta de processos clínicos de todos os doentes submetidos a transplante hepático ou renal entre 2000 - 2010 referenciados à Consulta de Dermatologia e Venereologia.
Resultados: Observámos 319 doentes transplantados (23,5%) e apurámos 410 diagnósticos (230 na sub-população com transplante hepático e 180 na sub-população com transplante renal), divididos em quatro grupos: 1) infecções cutâneas; 2) cancro cutâneo ou lesões precursoras; 3) manifestações cutâneas relacionadas com efeitos secundários de fármacos; 4) outras patologias dermatológicas não iatrogénicas. As infecções cutâneas foram as mais observadas (42,2%), em média 32,7 meses após o transplante. Este grupo incluiu 20,5% de infecções fúngicas, 12,7% virais e 8,5% bacterianas. Identificámos patologia tumoral e lesões precursoras em 11,7% dos casos, em média 44,8 meses após o transplante e assumindo maior importância na sub-população com transplante renal (20,6%
vs 4,8% nos transplantados hepáticos; P < 0,001). Os transplantados renais apresentaram predomínio de carcinomas espinocelulares (CEC) sobre os casos de carcinomas basocelulares (CBC), numa razão CEC:CBC de 1,3:1 mas nos transplantados hepáticos verificou- se uma razão CBC: carcinomas de 3,5:1. Ocorreram efeitos secundários de fármacos em 10,5% dos casos e outras patologias
dermatológicas não iatrogénicas em 35,6%.
Discussão: Apesar da patologia tumoral ser a mais referida na literatura, as infecções cutâneas foram as mais observadas na nossa amostra. As diferenças significativas entre as duas sub-populações estudadas podem estar relacionadas com o maior grau de imunossupressão a que os doentes transplantados renais estão sujeitos.
Conclusão: Dada a elevada frequência de patologia cutânea nestes doentes é essencial incluir o acesso a consultas de Dermatologia e Venereologia nos cuidados multi-disciplinares pós-transplante.

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Biografias Autor

Sónia Fernandes, Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

Ana Sofia Carrelha, Centro Hepato-Bílio-Pancreático e Transplantação. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

Gabriela Marques Pinto, Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

Fernando Nolasco, Unidade de Transplantação e Serviço de Nefrologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

Eduardo Barroso, Centro Hepato-Bílio-Pancreático e Transplantação. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

Jorge Cardoso, Serviço de Dermatologia e Venereologia. Hospital Curry Cabral. Lisboa. Portugal.

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Publicado

2013-10-31

Como Citar

1.
Fernandes S, Carrelha AS, Marques Pinto G, Nolasco F, Barroso E, Cardoso J. Patologia Dermatológica em Doentes Transplantados Hepáticos e Renais Referenciados à Consulta de Dermatologia e Venereologia. Acta Med Port [Internet]. 31 de Outubro de 2013 [citado 22 de Novembro de 2024];26(5):555-63. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/412