Divisão Alta do Nervo Isquiático: Duas Variantes Anatómicas Distintas
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.4246Resumo
Introdução: As variações do nervo isquiático são relativamente comuns e frequentemente muito significativas clinicamente. O objetivo deste trabalho é apresentar duas destas variações e discutir algumas das suas implicações clínicas.Material e Métodos: Três cadáveres caucasianos sem história prévia de trauma ou cirurgia no membro inferior foram dissecados, apresentando variações anatómicas do nervo isquiático.
Resultados: Em todos os casos o nervo isquiático dividia-se acima da fossa poplítea.Em dois casos (cadáveres1 e 2) a terminação deste nervo ocorria na porção inferior da região glútea nos seus dois ramos terminais: os nervos fibular comum e tibial. Num outro caso (cadáver 3), o nervo isquiático dividia-se ainda dentro da bacia antes de percorrer a incisura isquiática maior. Neste caso, o nervo fibular comum saía da pelve acima do músculo piriforme, passando em seguida ao longo de sua face posterior, enquanto que o nervo tibial corria profundamente ao músculo piriforme.
Discussão: De acordo com a literatura, a variante anatómica descrita no cadáver 3 é considerada relativamente rara. Esta variante poderá predispor a síndromes compressivos do nervo isquiático. A divisão alta do nervo isquiático, de que são exemplos os cadáveres 1 e 2, pode comprometer a eficácia dos bloqueios anestésicos ao nível da fossa poplítea.
Conclusão: As variantes anatómicas associadas à divisão alta do nervo isquiático devem sempre ser tidas em consideração por
serem relativamente comuns e terem importantes implicações clínicas, nomeadamente nas áreas de Anestesiologia, Neurologia, Medicina do Desporto e Cirurgia.
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