Estratégia para Controlar o Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina: A Experiência de Cinco Anos de um Hospital

Autores

  • David Peres Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.
  • Isabel Neves Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal. Serviço de Infeciologia. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal. Comissão de Antimicrobianos. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.
  • Fernanda Vieira Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.
  • Ilda Devesa Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4736

Resumo

Introdução: O Staphylococcus aureus resistente à meticilina é um dos microrganismos multirresistentes mais frequentemente implicados em infeções associadas a cuidados de saúde. Definiu-se como objetivo implementar uma estratégia multimodal para controlar este microrganismo num hospital.
Material e Métodos: Procedimento baseado em rastreio ativo e medidas de isolamento numa população selecionada (doentes provenientes de outras instituições de saúde e lares ou com historial de internamento/ staphylococcus aureus resistente à meticilina; doentes dos cuidados intensivos e intermédios e, nos restantes serviços, rastreio aos contactos diretos se detetado um novo caso de staphylococcus aureus resistente à meticilina e, desde 2012, hemodialisados). Outras ações paralelas: (1) revisão das normas Precauções Básicas e Isolamento; (2) reforço dos pontos de desinfeção alcoólica das mãos; (3) sessões de esclarecimento aos profissionais de saúde; (4) folha ‘Alerta de staphylococcus aureus resistente à meticilina’ no processo dos doentes; (5) panfleto de informação aos doentes/ visitas; (6) monitorização do procedimento através de auditoria e (7) descolonização de doentes nos cuidados intensivos e intermédios, com rastreios de follow-up.
Resultados: Entre 2007 e 2012 registou-se um decréscimo da proporção de staphylococcus aureus resistente à meticilina de 66% para 57% e da densidade de incidência de 1,80 para 0,68 casos por mil dias de internamento (p < 0,001; RR 0,38; IC95%: 0,29-0,49).
Discussão/Conclusão: De acordo com dados europeus publicados, referentes a isolados no sangue e líquor, Portugal foi o país com maior proporção de staphylococcus aureus resistente à meticilina em 2011. Utilizando este critério de inclusão, o nosso hospital revelou uma proporção de staphylococcus aureus resistente à meticilina inferior à média nacional (34% versus 55%). A estratégia multimodal demonstrou ser eficaz na diminuição dos casos de staphylococcus aureus resistente à meticilina. Salvaguarda-se a necessidade de realizar vigilância epidemiológica deste agente, bem como monitorização da aplicação do procedimento, com feedback aos profissionais de saúde.

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Biografias Autor

David Peres, Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.

  • PERCURSO ACADÉMICO:

2001- Licenciatura em Microbiologia pela Universidade Católica Portuguesa.

2007- Mestrado em Saúde Pública, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

2007- Pós-Graduação em “Infecção Relacionada com Cuidados de Saúde” pela Universidade Católica Portuguesa.

Desde 2009- Estudante do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

  • PERCURSO PROFISSIONAL:

Desde 2005- Técnico Superior, no núcleo executivo da Comissão de Controlo de Infecção do Hospital Pedro Hispano (Unidade Local de Saúde de Matosinhos).

Desde 2007 - Elemento do núcleo executivo do Grupo Coordenador Regional de Controlo de Infecção da Administração Regional de Saúde do Norte.

Integra a bolsa de formadores do Programa Nacional de Controlo de Infeção – Direção-Geral de Saúde.

 

Isabel Neves, Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal. Serviço de Infeciologia. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal. Comissão de Antimicrobianos. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.

- Assistente Hospitalar - Infeciologia

- Diretora de Serviço de Infeciologia da Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM).

- Coordenadora da Comissão de Controlo de Infeção da ULSM

- Presidente da Comissão de Antimicrobianos da ULSM

- Colaboradora do Programa Nacional de Controlo de Infeção (Direção-Geral de Saúde).

Fernanda Vieira, Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.

- Enfermeira Especialista - Médico-Cirúrgica

2001 – Pós-Graduação em Enfermagem de Anestesiologia – Universidade do Porto, Instituto Ciências Biomédicas de Abel Salazar

2006- Curso de Avaliação e Gestão do Risco de Infecção Hospitalar – Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública.

2013 - Mestrado em Infeção Associada a Cuidados de Saúde pela Universidade Católica Portuguesa.

Desde 2002 - Membro executivo da Comissão de Controlo de Infecção do Hospital Pedro Hispano (Unidade Local de Saúde de Matosinhos).

Integra a bolsa de formadores do Programa Nacional de Controlo de Infeção – Direção-Geral de Saúde.

Ilda Devesa, Comissão de Controlo de Infeção. Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Matosinhos. Portugal.

- Enfermeira Graduada

- 1999 - Curso de Administração em Serviços Enfermagem - Esola Superior de Enfermagem Imaculada Conceição.

- 2010 - Pós-Graduação em “Feridas e Viabilidade Tecidular” pela Universidade Católica Portuguesa.

- 2013- Pós-Graduação em “Infecção Relacionada com Cuidados de Saúde” pela Universidade Católica Portuguesa.

- Desde 2009 - Membro executivo da Comissão de Controlo de Infecção do Hospital Pedro Hispano (Unidade Local de Saúde de Matosinhos).

Publicado

2014-02-28

Como Citar

1.
Peres D, Neves I, Vieira F, Devesa I. Estratégia para Controlar o Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina: A Experiência de Cinco Anos de um Hospital. Acta Med Port [Internet]. 28 de Fevereiro de 2014 [citado 22 de Novembro de 2024];27(1):67-72. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4736