Cirurgia no Aspergiloma Pulmonar: Experiência Mono-Institucional

Autores

  • Silvia da Silva Correia Serviço de Pneumologia. Hospital Sousa Martins. Unidade Local de Saúde. Guarda. Portugal.
  • Carlos Pinto Centro de Cirurgia Cardiotorácica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • João Bernardo Centro de Cirurgia Cardiotorácica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4875

Resumo

Introdução: O aspergiloma ou micetoma é resultado da colonização saprofítica de uma cavidade pulmonar pelo Aspergillus. A cirurgia do aspergiloma é o único tratamento eficaz a longo prazo mas a alta incidência de complicações no intra e no pós-operatório fazem desta um tema controverso.
Objetivos: Análise da experiência de um Centro de Cirurgia Cardiotorácica nos doentes com aspergiloma pulmonar e avaliação dos fatores que influenciaram o prognóstico após a terapêutica cirúrgica.
Material e Métodos: Análise retrospetiva incluindo todos os doentes com diagnóstico de aspergiloma pulmonar sujeitos a cirurgia de ressecção durante um período de 10 anos numa instituição (Junho 2001- Junho 2011).
Resultados: Foram incluídos 22 doentes (18 homens), com idade média de 51,0 + 17,4 anos. Destes, 46% dos doentes apresentavam hábitos tabágicos, 41% hábitos alcoólicos acentuados e 50% história pessoal de tuberculose. A maioria dos doentes apresentava um aspergiloma complexo (73%) e 17% um aspergiloma simples. A apresentação clínica mais frequente foi a hemoptise (50%). O procedimento cirúrgico consistiu em ressecção pulmonar atípica em 55%, lobectomia em 27% e pneumectomia em 9%. Dois doentes foram submetidos a toracoplastia. A mortalidade operatória foi de 5% (um doente). Em 36% dos doentes houve complicações no pós-operatório sendo as mais frequentes o pneumotórax (18%) e o empiema (18%). O follow-up médio foi de 52 meses (3 - 116) e a mortalidade aos cinco anos foi de 35%. Destes, quatro doentes faleceram por causas não relacionadas e três eram doentes imunodeprimidos. A mortalidade nos aspergilomas simples foi de 40% e 33% nos aspergilomas complexos.
Discussão: A abordagem cirúrgica mais frequente foi a ressecção pulmonar atípica. A taxa de complicações foi sobreponível à da literatura.
Conclusão: O tratamento cirúrgico do aspergiloma pulmonar apresenta uma baixa morbilidade e mortalidade pelo que permanece o tratamento de eleição nos doentes sem deterioração da função respiratória.
Palavras-chave: Aspergillus; Aspergilose Pulmonar/cirurgia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Silvia da Silva Correia, Serviço de Pneumologia. Hospital Sousa Martins. Unidade Local de Saúde. Guarda. Portugal.

Serviço de Pneumologia do Hospital da Guarda

Interna de Pneumologia- 5º ano

Carlos Pinto, Centro de Cirurgia Cardiotorácica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Interno de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC, Coimbra

João Bernardo, Centro de Cirurgia Cardiotorácica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Chefe de serviço de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC, Coimbra

Downloads

Publicado

2014-08-25

Como Citar

1.
Correia S da S, Pinto C, Bernardo J. Cirurgia no Aspergiloma Pulmonar: Experiência Mono-Institucional. Acta Med Port [Internet]. 25 de Agosto de 2014 [citado 4 de Dezembro de 2024];27(4):417-21. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4875

Edição

Secção

Original