Traumatismo Crânio-Encefálico em Portugal: Tendências em Doentes Internados de 2000 a 2010

Autores

  • Celeste Dias Intensive Care Department. Neurocritical Care Unit. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.
  • João Rocha Neurology Department. Hospital Escala. Braga. Portugal.
  • Eduarda Pereira Intensive Care Department. Neurocritical Care Unit. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.
  • António Cerejo Neurosurgery Department. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4892

Resumo

Introdução: O traumatismo crânio-encefálico tem um impacto sócio-económico considerável, sendo uma importante causa de mobimortalidade, frequentemente causador de incapacidade permanente. Procuramos caracterizar a utilização dos recursos de saúde de adultos com traumatismo crânio-encefálico em Portugal entre 2000-2010.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo de registos de adultos com código ICD9 de traumatismo crânio-encefálico incluídos na Base-de-Dados Nacional de Grupos Diagnósticos Homogéneos de 2000-2010. Realizamos uma análise estatística descritiva e avaliamos as tendências durante a década.
Resultados: Analisamos 72 865 admissões em 111 hospitais, 64,1% do sexo masculino, idade média de 57,9 ± 21,8 anos (18-107). Encontramos uma diminuição no número de traumatismo crânio-encefálico em pacientes jovens e um aumento nos mais velhos. O número de acidentes de trânsito diminuiu e o número de quedas aumentou. Houve um aumento de traumatismos crânio-encefálicos moderados-graves internados: 47,2% em 2000 / 80% em 2010. O número de admissões em Cuidados Intensivos quase duplicou (15,8% vs 29,5%), assim como o número de procedimentos neurocirúrgicos efectuados (8,2% vs 15,2%). A mortalidade total aumentou de 7,1% para 10,6%.
Discussão: A diminuição do traumatismo crânio-encefálico observada pode estar associada com as campanhas de prevenção rodoviária, melhoria da rede rodoviária e políticas de saúde. O aumento da mortalidade poderá ser explicado pelo melhor atendimento pré-hospitalar, permitindo que casos mais graves cheguem ao hospital com vida e, embora tratados com mais frequência em Cuidados Intensivos e exigindo procedimentos neurocirúrgicos, vêm a falecer. Por outo lado, o aumento da idade dos doentes presumivelmente com maiores co-morbilidades associadas ao envelhecimento também estará a contribuir para a maior mortalidade.
Conclusão: O traumatismo crânio-encefálico em Portugal está a mudar. Embora as admissões hospitalares por traumatismo crânioencefálico tenham diminuído, a mortalidade aumentou.
Palavras-chave: Unidades de Cuidados Intensivos; Traumatismos Crânio-Encefálico; Hospitalização; Portugal.

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Biografias Autor

Celeste Dias, Intensive Care Department. Neurocritical Care Unit. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.

João Rocha, Neurology Department. Hospital Escala. Braga. Portugal.

Eduarda Pereira, Intensive Care Department. Neurocritical Care Unit. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.

António Cerejo, Neurosurgery Department. Hospital São João. University of Porto. Porto. Portugal.

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Publicado

2014-06-30

Como Citar

1.
Dias C, Rocha J, Pereira E, Cerejo A. Traumatismo Crânio-Encefálico em Portugal: Tendências em Doentes Internados de 2000 a 2010. Acta Med Port [Internet]. 30 de Junho de 2014 [citado 22 de Novembro de 2024];27(3):349-56. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4892

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