Vinculação da Mulher como Preditor da Dor Durante o Parto e Após o Nascimento: um Estudo Observacional Prospectivo

Autores

  • José Manuel Costa Martins Departamento de Anestesiologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Carlos Fernandes da Silva Departamento de Educação. Universidade de Aveiro. Aveiro. Portugal.
  • Marco Pereira Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Henriqueta Martins Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Instituto Universitário. Lisboa. Portugal.
  • Célia Oliveira Departamento de Psicologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal.
  • Alexandra Puga Departamento de Anestesiologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal.
  • Rui Coelho Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Hospital de São João. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Jorge Tavares Departamento de Anestesiologia. Hospital de São João. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4960

Resumo

Introdução: O parto é considerado uma das experiências mais dolorosas e significativas na vida de uma mulher. O objectivo deste estudo foi avaliar se o estilo de vinculação da grávida é um preditor significativo da dor experienciada durante o parto e após o nascimento.
Material e Métodos: Trinta e duas grávidas foram avaliadas durante o terceiro trimestre de gravidez e durante o parto. A vinculação no adulto foi avaliada através da Escala de Avaliação no Adulto – Revista. A intensidade da dor de parto foi avaliada através de uma Escala Visual Analógica para a dor durante o parto e após o nascimento.
Resultados: As mulheres com um estilo de vinculação inseguro reportaram maior dor aos 3 cm de dilatação cervical (p < 0,05), antes da administração da analgesia (p < 0,01) e após o nascimento (p < 0,05) que as mulheres com uma vinculação segura. Nos modelos multivariados, o estilo de vinculação mostrou-se um preditor significativo da dor no parto aos 3 cm de dilatação cervical e antes da administração da analgesia, mas não na dor percebida após o nascimento.
Discussão: Estes resultados confirmam que a dor de parto é influenciada por factores psicológicos relevantes e sugerem que o estilo de vinculação da mulher pode ser um factor de risco para maior intensidade de dor no parto.
Conclusão: Estudos futuros no contexto da dor obstétrica devem considerar o estilo de vinculação como um indicador de diferenças individuais na experiência de dor durante o parto. Isto pode ter importantes implicações para a Anestesiologia e promover importantes mudanças nas práticas institucionais e procedimentos terapêuticos.
Palavras-chave: Dor do Parto; Trabalho de Parto; Relações Materno-Fetais; Apego ao Objecto.

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Biografias Autor

José Manuel Costa Martins, Departamento de Anestesiologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Carlos Fernandes da Silva, Departamento de Educação. Universidade de Aveiro. Aveiro. Portugal.

Marco Pereira, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Henriqueta Martins, Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Instituto Universitário. Lisboa. Portugal.

Célia Oliveira, Departamento de Psicologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal.

Alexandra Puga, Departamento de Anestesiologia. Maternidade Alfredo da Costa. Lisboa. Portugal.

Rui Coelho, Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Hospital de São João. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Jorge Tavares, Departamento de Anestesiologia. Hospital de São João. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

1.
Costa Martins JM, Silva CF da, Pereira M, Martins H, Oliveira C, Puga A, Coelho R, Tavares J. Vinculação da Mulher como Preditor da Dor Durante o Parto e Após o Nascimento: um Estudo Observacional Prospectivo. Acta Med Port [Internet]. 30 de Dezembro de 2014 [citado 17 de Julho de 2024];27(6):692-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4960