Crianças que Abandonam a Urgência Pediátrica: Oportunidades Perdidas?
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.4995Resumo
Introdução: As crianças que abandonam a Unidade de Urgência Pediátrica antes do seu processo de atendimento estar terminado podem apresentar um agravamento clínico posterior, relacionado com a falta de avaliação médica atempada.
Objectivos: Este estudo teve como objectivo avaliar os casos de abandono na nossa Unidade de Urgência Pediátrica, caracterizar este grupo de crianças e a sua evolução clínica.
Material e Métodos: Análise retrospectiva e descritiva dos processos de urgência das crianças que abandonaram a Unidade de Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo antes de terminar o processo de atendimento, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2012.
Resultados: Um total de 538 crianças abandonou a Unidade de Urgência Pediátrica (1,35% de todas as admissões). A maioria (89,5%) não apresentava critério de observação urgente e abandonou antes da observação médica inicial (82,7%). A percentagem de abandonos foi maior nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro (64%), à terça-feira (19,3%) e durante o turno da tarde (60,8%). Estes períodos coincidiram com os picos de maior afluência à Unidade de Urgência Pediátrica. O tempo de espera para observação médica foi na maioria (94,4%) adequado à gravidade clínica. Seis doentes regressaram nas 72 horas seguintes, dos quais dois necessitaram de internamento.
Discussão: Verificou-se uma percentagem de abandonos dentro do expectável. A menor gravidade aferida na triagem e os tempos de espera prolongados foram factores predisponentes ao abandono.
Conclusão: A sobrelotação das Urgências Pediátricas com doentes sem critérios de urgência, que aumentam os tempos de espera, pode conduzir ao abandono com posterior readmissão em situação clínica de agravamento, o que na nossa série aconteceu em apenas dois casos.
Palavras-chave: Criança; Desistência; Serviço de Urgência Hospitalar; Tempos de Espera; Portugal.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons