Crianças que Abandonam a Urgência Pediátrica: Oportunidades Perdidas?

Autores

  • Virgínia Machado Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.
  • Sofia Peças Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.
  • Isabel Periquito Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.
  • Andreia Mota Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.
  • Estela Veiga Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.
  • Maria de Jesus Balseiro Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.4995

Resumo

Introdução: As crianças que abandonam a Unidade de Urgência Pediátrica antes do seu processo de atendimento estar terminado podem apresentar um agravamento clínico posterior, relacionado com a falta de avaliação médica atempada.
Objectivos: Este estudo teve como objectivo avaliar os casos de abandono na nossa Unidade de Urgência Pediátrica, caracterizar este grupo de crianças e a sua evolução clínica.
Material e Métodos: Análise retrospectiva e descritiva dos processos de urgência das crianças que abandonaram a Unidade de Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo antes de terminar o processo de atendimento, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2012.
Resultados: Um total de 538 crianças abandonou a Unidade de Urgência Pediátrica (1,35% de todas as admissões). A maioria (89,5%) não apresentava critério de observação urgente e abandonou antes da observação médica inicial (82,7%). A percentagem de abandonos foi maior nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro (64%), à terça-feira (19,3%) e durante o turno da tarde (60,8%). Estes períodos coincidiram com os picos de maior afluência à Unidade de Urgência Pediátrica. O tempo de espera para observação médica foi na maioria (94,4%) adequado à gravidade clínica. Seis doentes regressaram nas 72 horas seguintes, dos quais dois necessitaram de internamento.
Discussão: Verificou-se uma percentagem de abandonos dentro do expectável. A menor gravidade aferida na triagem e os tempos de espera prolongados foram factores predisponentes ao abandono.
Conclusão: A sobrelotação das Urgências Pediátricas com doentes sem critérios de urgência, que aumentam os tempos de espera, pode conduzir ao abandono com posterior readmissão em situação clínica de agravamento, o que na nossa série aconteceu em apenas dois casos.


Palavras-chave: Criança; Desistência; Serviço de Urgência Hospitalar; Tempos de Espera; Portugal.

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Biografias Autor

Virgínia Machado, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Sofia Peças, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Isabel Periquito, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Andreia Mota, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Estela Veiga, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Maria de Jesus Balseiro, Serviço de Pediatria. Hospital de São Bernardo. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

Publicado

2014-09-25

Como Citar

1.
Machado V, Peças S, Periquito I, Mota A, Veiga E, Balseiro M de J. Crianças que Abandonam a Urgência Pediátrica: Oportunidades Perdidas?. Acta Med Port [Internet]. 25 de Setembro de 2014 [citado 23 de Novembro de 2024];27(5):568-75. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4995