Aterosclerose Carotídea e Hipodensidades da Substância Branca: uma Relação Controversa

Autores

  • Ricardo Félix-Morais Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • João Sargento-Freitas Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Fernando Silva Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Gustavo Cordeiro Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • César Nunes Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Joana Ribeiro Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Miguel Cordeiro Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Cristina Moura Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Luis Cunha Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5100

Resumo

Introdução: As hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular, são uma causa importante de morbilidade, condicionando deterioração cognitiva. No entanto, numerosas dúvidas persistem quanto à sua fisiopatologia. O objectivo deste estudo é clarificar o papel da aterosclerose carotídea e outros factores de risco vascular no desenvolvimento das hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular.
Material e Métodos: Realizou-se uma avaliação imagiológica, por tomografia computadorizada crânio-encefálica e ecografia carotídea, com menos de um mês de intervalo. Procedeu-se à recolha de informação sobre os factores de risco vascular. Determinámos associações independentes entre hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular, espessura da íntima média carotídea, estenose carotídea ateromatosa e factores de risco vascular.
Resultados: Foram incluídos 472 doentes, idade média de 67,32 (DP: 14.75), 274 (58,1%) sexo masculino. Os preditores independentes da hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular foram: idade (OR: 1,067, 95% IC: 1,049 – 1,086, p < 0,001) e a hipertensão (OR: 1,726, 95% IC: 1,097 – 2,715, p = 0,018). Não foi encontrada uma associação entre a espessura da intima média carotídea (OR: 2,613, 95% IC: 0,886 – 7,708, p = 0,082) ou grau de estenose carotídea (OR: 1,021, 95% IC: 0,785 – 1,328, p = 0,877) e hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular.
Discussão: Dos diversos factores de risco analisados, apenas a idade e hipertensão se associaram de forma independente às hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular. Não foi encontrada uma relação entre a aterosclerose extracraniana, expressa pela espessura do complexo intima-média ou grau de estenose, com o desenvolvimento de hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular. Sendo a aterosclerose um fenómeno sistémico, estes achados sugerem que as hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular, tenham um mecanismo alternativo ou concorrente à aterosclerose no seu desenvolvimento.
Conclusão: Os dados deste estudo, sugerem que a idade e hipertensão sejam os principais factores de risco no desenvolvimento de hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular. Não foi encontrada uma associação independente entre a aterosclerose carotídea e as hipodensidades da substância branca de provável etiologia vascular.


Palavras-chave: Cerébro; Doença Carotídea.

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Biografias Autor

Ricardo Félix-Morais, Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Departamento de Imagem Médica CHUC, Interno de formação específica em Neurorradiologia.

João Sargento-Freitas, Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Fernando Silva, Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Gustavo Cordeiro, Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

César Nunes, Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Joana Ribeiro, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Miguel Cordeiro, Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Cristina Moura, Departamento de Imagem Médica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Luis Cunha, Departamento de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Publicado

2014-09-25

Como Citar

1.
Félix-Morais R, Sargento-Freitas J, Silva F, Cordeiro G, Nunes C, Ribeiro J, Cordeiro M, Moura C, Cunha L. Aterosclerose Carotídea e Hipodensidades da Substância Branca: uma Relação Controversa. Acta Med Port [Internet]. 25 de Setembro de 2014 [citado 17 de Julho de 2024];27(5):581-6. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5100