Limiar do Índice Homeostasis Model Assessment (HOMA) para Resistência à Insulina numa População de Doentes Admitidos Electivamente numa Enfermaria Portuguesa de Cardiologia
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5180Resumo
Introdução: A resistência à insulina é a chave fisiopatológica de explicação da Síndrome Metabólica. Apesar de claramente útil, o índice Homeostasis Model Assessment (uma medição da resistência à insulina) não tem sido aplicado sistematicamente na prática clínica. Uma das principais razões relaciona-se com a discrepância de valores limiares reportados em diferentes populações. Procurámos avaliar uma população portuguesa o valor limiar ideal e avaliar a sua relação com a Síndrome Metabólica.Material e Métodos: Selecionámos uma coorte de indivíduos admitidos eletivamente numa enfermaria de cardiologia com um IMC < 25 Kg/m2 e sem anomalias do metabolismo da glicose (glicémia em jejum < 100 mg/dL e sem diabetes). Utilizámos o percentil 90 da distribuição do índice Homeostasis Model Assessment para seleção do limiar adequado para resistência à insulina. Selecionou-se também uma coorte de validação composta por 300 indivíduos, sem aplicação dos critérios de exclusão referidos anteriormente.
Resultados: De uma população de 7 000 indivíduos e após aplicação dos critérios de exclusão, ficámos com 1 784 indivíduos para análise. O percentil 90 do índice foi 2,33. Na coorte de validação, aplicando esse limiar, 49,3% dos indivíduos apresentam resistência à insulina. Contudo, apenas 69,9% dos doentes com síndrome metabólica apresentam resistência à insulina com esse limiar. Por análise das curvas ROC, o limiar ideal para síndrome metabólica é 2,41. O índice Homeostasis Model Assessment correlacionou-se com o IMC (r = 0,371, p < 0,001) e é um preditor independente de presença de síndrome metabólica (OR 19,4, IC 95% 6,6 – 57,2, p < 0,001).
Discussão: O nosso estudo mostrou que numa população portuguesa de doentes admitidos eletivamente numa enfermaria de cardiologia, o limiar pelo índice Homeostasis Model Assessment para resistência à insulina é 2,33 e para síndrome metabólica é 2,41.
Conclusão: O índice Homeostasis Model Assessment correlacionou-se com o IMC e é um preditor independente de síndrome metabólica.
Palavras-chave: Teste de Tolerância a Glicose; Homeostase; Resistência à Insulina; Síndrome Metabólica; Doenças Cardiovasculares.
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