Limiar do Índice Homeostasis Model Assessment (HOMA) para Resistência à Insulina numa População de Doentes Admitidos Electivamente numa Enfermaria Portuguesa de Cardiologia

Autores

  • Ana Teresa Timóteo Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Lisboa Portugal
  • Fernando Miranda Serviço de Patologia Clínica. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Miguel Mota Carmo Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Rui Cruz Ferreira Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5180

Resumo

Introdução: A resistência à insulina é a chave fisiopatológica de explicação da Síndrome Metabólica. Apesar de claramente útil, o índice Homeostasis Model Assessment (uma medição da resistência à insulina) não tem sido aplicado sistematicamente na prática clínica. Uma das principais razões relaciona-se com a discrepância de valores limiares reportados em diferentes populações. Procurámos avaliar uma população portuguesa o valor limiar ideal e avaliar a sua relação com a Síndrome Metabólica.
Material e Métodos: Selecionámos uma coorte de indivíduos admitidos eletivamente numa enfermaria de cardiologia com um IMC < 25 Kg/m2 e sem anomalias do metabolismo da glicose (glicémia em jejum < 100 mg/dL e sem diabetes). Utilizámos o percentil 90 da distribuição do índice Homeostasis Model Assessment para seleção do limiar adequado para resistência à insulina. Selecionou-se também uma coorte de validação composta por 300 indivíduos, sem aplicação dos critérios de exclusão referidos anteriormente.
Resultados: De uma população de 7 000 indivíduos e após aplicação dos critérios de exclusão, ficámos com 1 784 indivíduos para análise. O percentil 90 do índice foi 2,33. Na coorte de validação, aplicando esse limiar, 49,3% dos indivíduos apresentam resistência à insulina. Contudo, apenas 69,9% dos doentes com síndrome metabólica apresentam resistência à insulina com esse limiar. Por análise das curvas ROC, o limiar ideal para síndrome metabólica é 2,41. O índice Homeostasis Model Assessment correlacionou-se com o IMC (r = 0,371, p < 0,001) e é um preditor independente de presença de síndrome metabólica (OR 19,4, IC 95% 6,6 – 57,2, p < 0,001).
Discussão: O nosso estudo mostrou que numa população portuguesa de doentes admitidos eletivamente numa enfermaria de cardiologia, o limiar pelo índice Homeostasis Model Assessment para resistência à insulina é 2,33 e para síndrome metabólica é 2,41.
Conclusão: O índice Homeostasis Model Assessment correlacionou-se com o IMC e é um preditor independente de síndrome metabólica.
Palavras-chave: Teste de Tolerância a Glicose; Homeostase; Resistência à Insulina; Síndrome Metabólica; Doenças Cardiovasculares.

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Biografias Autor

Ana Teresa Timóteo, Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Lisboa Portugal

Fernando Miranda, Serviço de Patologia Clínica. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.

Miguel Mota Carmo, Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.

Rui Cruz Ferreira, Serviço de Cardiologia. Hospital de Santa Marta. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.

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Publicado

2014-08-25

Como Citar

1.
Timóteo AT, Miranda F, Carmo MM, Ferreira RC. Limiar do Índice Homeostasis Model Assessment (HOMA) para Resistência à Insulina numa População de Doentes Admitidos Electivamente numa Enfermaria Portuguesa de Cardiologia. Acta Med Port [Internet]. 25 de Agosto de 2014 [citado 22 de Novembro de 2024];27(4):473-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5180

Edição

Secção

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