Ingestão de Corpo Estranho: Causa Rara de Abcesso Cervical

Autores

  • Liliana Costa Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • João Larangeiro Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Carla Pinto Moura Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Margarida Santos Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5371

Resumo

Introdução: A ingestão de corpo estranho é um motivo frequente de recurso à urgência hospitalar. As complicações graves, embora raras, incluem perfuração faringo-esofágica, fistula aorto-esofágica e infecção cervical profunda.
Material e Métodos: Foram analisados, retrospectivamente, os casos de ingestão de corpo estranho com internamento num hospital terciário, entre 1989 e 2011. Seleccionaram-se os casos complicados por abcesso cervical profundo, descrevendo-se a semiótica, resultados de meios complementares de diagnóstico, terapêutica efectuada e evolução clínica.
Resultados: Dos 1679 casos, 319 referentes a crianças e 1360 a adultos, reportam-se dois casos (0,12%): uma criança, 13 meses, com abcesso retrofaríngeo após ingestão de osso de frango e um adulto, 41 anos, com abcesso parafaríngeo após ingestão de espinha de peixe. As complicações manifestaram-se quatro e três dias após remoção do corpo estranho, respectivamente. Em ambos foram efectuadas Tomografias Computorizadas cervicais com contraste e drenagem cirúrgica dos abcessos; a criança foi ainda submetida a esofagoscopia rígida para remoção de corpo estranho residual e encerramento da perfuração esofágica associada.
Discussão: Os abcessos cervicais são uma complicação possível da ingestão de corpo estranho e constituem um desafio diagnóstico, principalmente em idade pediátrica. A manipulação esofágica prévia por fibroscopia poderá ser considerada um factor de risco. A imagiologia (Tomografia Computorizada cervical com contraste ou Ressonância Magnética Cervical) foi essencial para o diagnóstico e o planeamento cirúrgico.
Conclusão: Embora raros, perante a história recente de ingestão/remoção de corpo estranho esofágico e a presença de sintomas compatíveis, os abcessos cervicais devem ser tidos em consideração, dado o potencial de morbilidade e mortalidade na ausência de uma abordagem terapêutica adequada.
Palavras-chave: Corpo Estranho; Abcesso; Esofagoscopia; Pescoço.

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Biografias Autor

Liliana Costa, Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.

João Larangeiro, Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.

Carla Pinto Moura, Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.

Margarida Santos, Departmento de Otorrrinolaringologia. Centro Hospitalar São João. Porto Faculdade de Medicina. universidade do Porto. Porto. Portugal.

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

1.
Costa L, Larangeiro J, Pinto Moura C, Santos M. Ingestão de Corpo Estranho: Causa Rara de Abcesso Cervical. Acta Med Port [Internet]. 30 de Dezembro de 2014 [citado 24 de Novembro de 2024];27(6):743-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5371