Exercício e Dano das Vias Aéreas em Atletas

Autores

  • Mariana Couto Allergy, Asthma & Sports Unit. Immunoallergology Department. Centro Hospitalar São João EPE/Faculty of Medicine, University of Porto. Porto. Portugal.
  • Diana Silva Allergy, Asthma & Sports Unit. Immunoallergology Department. Centro Hospitalar São João EPE/Faculty of Medicine, University of Porto. Porto. Portugal.
  • Luis Delgado Allergy, Asthma & Sports Unit. Immunoallergology Department. Centro Hospitalar São João EPE/Faculty of Medicine, University of Porto. Porto. Portugal.
  • André Moreira Allergy, Asthma & Sports Unit. Immunoallergology Department. Centro Hospitalar São João EPE/Faculty of Medicine, University of Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.545

Resumo

Os atletas olímpicos têm um risco aumentado de asma e alergia, principalmente aqueles que participam em desportos de resistência, tais como natação ou corrida, e em desportos de inverno. Os mecanismos clássicos subjacentes à asma induzida pelo exercício (AIE) incluem a hipótese osmótica, por desidratação das vias aéreas. Devido à hiperventilação, a evaporação da água da superfície das vias aéreas estimula o movimento da água a partir das células vizinhas, resultando em contração celular e libertação de mediadores inflamatórios que causam a contração do músculo liso. Mas o modelo explicativo de AIE/broncoconstrição em atletas provavelmente inclui a interação entre fatores ambientais, incluindo fatores relacionados com o treino, alérgenos e condições ambientais, tais como temperatura, humidade e qualidade do ar, bem como fatores de risco pessoais do atleta, como determinantes genéticos e neuroimuno- endócrinos. Os atletas, comparativamente a indivíduos menos ativos, têm maior taxa de infeções das vias aéreas superiores (IVAS) após o stress do treino e competições. O aumento da atividade física em indivíduos não-atletas associa-se a uma diminuição do risco de IVAS. O exercício intenso induz imunodepressão marcada, de origem multifatorial. A atividade física moderada pode melhorar a função imunológica, enquanto o exercício de alta intensidade, prolongado, prejudica temporariamente a capacidade imunológica. A relação entre exercício e IVAS é afetada fatores pouco conhecidos, incluindo determinantes individuais de suscetibilidade genética, inflamação neurogénica imunologicamente-mediada e disfunção da barreira epitelial. Os fatores etiológicos e mecanismos envolvidos na asma em atletas deverão ser alvo de estudos futuros no sentido de permitir propor medidas pertinentes de prevenção e terapêutica.

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Como Citar

1.
Couto M, Silva D, Delgado L, Moreira A. Exercício e Dano das Vias Aéreas em Atletas. Acta Med Port [Internet]. 24 de Abril de 2013 [citado 30 de Junho de 2024];26(1):56-60. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/545