Estudo FATA: Prevalência de Fibrilhação Auricular e Terapêutica Antitrombótica nos Cuidados de Saúde Primários de um Concelho do Norte de Portugal

Autores

  • Eva Gomes Unidade de Saúde Familiar Nova Via. ACeS Grande Porto VIII Espinho/Gaia. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Rui Campos Unidade de Saúde Familiar Nova Via. ACeS Grande Porto VIII Espinho/Gaia. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Renata Morais Unidade de Saúde Familiar Nova Via. ACeS Grande Porto VIII Espinho/Gaia. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Marta Fernandes Unidade de Saúde Familiar Nova Via. ACeS Grande Porto VIII Espinho/Gaia. Vila Nova de Gaia. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5503

Resumo

Introdução: A fibrilhação auricular é a arritmia sustentada mais prevalente. Está provada a eficácia da anticoagulação oral na prevenção do acidente vascular cerebral nestes doentes. Contudo, este parece ser um tratamento subutilizado.
Objectivos: determinar a prevalência de fibrilhação auricular conhecida numa população dos Cuidados de Saúde Primários; identificar as principais comorbilidades, a terapêutica antitrombótica em curso e avaliar a sua adequação segundo as recomendações da European Society of Cardiology.
Material e Métodos: Estudo observacional transversal analítico. População: todos os utentes com idade igual ou superior a 30 anos, inscritos em oito Unidades de Saúde Familiar de Vila Nova de Gaia, com diagnóstico de fibrilhação auricular.
Resultados: A prevalência de fibrilhação auricular foi de 1,29% (n = 940), sendo superior no género masculino (p = 0,01) e aumentando com a idade (p < 0,001). As comorbilidades mais frequentes foram a hipertensão arterial (76,4%), a insuficiência cardíaca (32,0%) e a diabetes mellitus (28,2%). Um total de 52% realizava terapêutica anticoagulante, 29% antiagregantes plaquetários e 4% ambas as terapêuticas. Dos utentes com baixo risco trombótico, 63,6% estava a fazer erradamente algum tipo de terapêutica antitrombótica; dos utentes com elevado risco ou doença valvular 56,8% estava adequadamente sob terapêutica anticoagulante.
Conclusão: A prevalência de fibrilhação auricular bem como a frequência das principais comorbilidades estão de acordo com a maioria dos estudos. Apesar de a maioria dos doentes se encontrar sob anticoagulação oral, apenas 56,8% dos utentes com fibrilhação auricular fazia terapêutica antitrombótica adequada segundo as recomendações da European Society of Cardiology, verificando-se uma subutilização acentuada deste tratamento.
Palavras-chave: Fibrilhação Auricular; Anticoagulantes; Acidente Vascular Cerebral; Cuidados de Saúde Primários; Portugal.

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Publicado

2015-02-27

Como Citar

1.
Gomes E, Campos R, Morais R, Fernandes M. Estudo FATA: Prevalência de Fibrilhação Auricular e Terapêutica Antitrombótica nos Cuidados de Saúde Primários de um Concelho do Norte de Portugal. Acta Med Port [Internet]. 27 de Fevereiro de 2015 [citado 23 de Dezembro de 2024];28(1):35-43. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5503