Estudo FATA: Prevalência de Fibrilhação Auricular e Terapêutica Antitrombótica nos Cuidados de Saúde Primários de um Concelho do Norte de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5503Resumo
Introdução: A fibrilhação auricular é a arritmia sustentada mais prevalente. Está provada a eficácia da anticoagulação oral na prevenção do acidente vascular cerebral nestes doentes. Contudo, este parece ser um tratamento subutilizado.Objectivos: determinar a prevalência de fibrilhação auricular conhecida numa população dos Cuidados de Saúde Primários; identificar as principais comorbilidades, a terapêutica antitrombótica em curso e avaliar a sua adequação segundo as recomendações da European Society of Cardiology.
Material e Métodos: Estudo observacional transversal analítico. População: todos os utentes com idade igual ou superior a 30 anos, inscritos em oito Unidades de Saúde Familiar de Vila Nova de Gaia, com diagnóstico de fibrilhação auricular.
Resultados: A prevalência de fibrilhação auricular foi de 1,29% (n = 940), sendo superior no género masculino (p = 0,01) e aumentando com a idade (p < 0,001). As comorbilidades mais frequentes foram a hipertensão arterial (76,4%), a insuficiência cardíaca (32,0%) e a diabetes mellitus (28,2%). Um total de 52% realizava terapêutica anticoagulante, 29% antiagregantes plaquetários e 4% ambas as terapêuticas. Dos utentes com baixo risco trombótico, 63,6% estava a fazer erradamente algum tipo de terapêutica antitrombótica; dos utentes com elevado risco ou doença valvular 56,8% estava adequadamente sob terapêutica anticoagulante.
Conclusão: A prevalência de fibrilhação auricular bem como a frequência das principais comorbilidades estão de acordo com a maioria dos estudos. Apesar de a maioria dos doentes se encontrar sob anticoagulação oral, apenas 56,8% dos utentes com fibrilhação auricular fazia terapêutica antitrombótica adequada segundo as recomendações da European Society of Cardiology, verificando-se uma subutilização acentuada deste tratamento.
Palavras-chave: Fibrilhação Auricular; Anticoagulantes; Acidente Vascular Cerebral; Cuidados de Saúde Primários; Portugal.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons