Estratégia Multidimensional na Redução de Infeção Associada a Cateter Venoso Central em Pediatria
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5558Palavras-chave:
Cateteres Venosos Centrais, Infecções Relacionadas a Cateter, Infecção Hospitalar, Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos.Resumo
Introdução: Determinar a incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central, após reforço de medidas multidisciplinares de boa prática e a sua comparação com a taxa de incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central prévia.
Material e Métodos: Estudo observacional descritivo, com colheita prospetiva de dados, durante cinco meses, após implementação de medidas multidisciplinares. Foram incluídas todas as crianças admitidas na unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, submetidas à colocação de cateter venoso central e foi efetuada comparação com controlos históricos.
Resultados: Incluíram-se 75 doentes com idade mediana de 23 meses: 22 (29,3%) recém-nascidos, 28 (37,3%) submetidos a cirurgia e 32 (43,8%) com patologia subjacente. Foram colocados 105 cateteres venosos centrais, com tempo médio de permanência de 6,8 ± 6,7 dias. O tipo de cateter venoso central mais comum foi de curta duração (45,7%), sendo os locais de inserção mais frequentes a veia subclávia e da flexura braquial (ambos 25,7%). Não ocorreu nenhuma infeção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central durante o período do estudo. Comparando com os controlos históricos, ambos os grupos eram semelhantes relativamente à idade, género, proveniência dos doentes e local de colocação de cateter venoso central. No estudo atual, a duração mediana de internamento foi superior, com tempo de permanência de cateter venoso central (excluindo epicutâneo-cava) semelhante. Não se verificou diferença em relação ao calibre e número de lumens do cateter venoso central utilizado. A percentagem de crianças que colocou cateter venoso central em relação ao total de crianças admitidas no serviço no mesmo período foi menor no estudo atual, não existindo diferença significativa entre colocação de cateter venoso central único ou múltiplo.
Discussão: Após implementação da estratégia multidimensional não se registou nos Cuidados Intensivos Pediátricos ocorrência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central.
Conclusões: Devem ser encetados esforços para preservar o mesmo grau de prevenção multidimensional, para que se confirme a redução efetiva da taxa de incidência de infeções da corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central.
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