Cardiopatias Congénitas Complexas: Influência do Diagnóstico Pré-Natal

Autores

  • Marta Correia Serviço de Pediatria. Hospital Vila Franca de Xira. Vila Franca de Xira. Portugal.
  • Fabiana Fortunato Serviço de Pediatria. Hospital de Caldas da Rainha. Centro Hospitalar Oeste. Caldas da Rainha. Portugal.
  • Duarte Martins Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.
  • Ana Teixeira Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.
  • Graça Nogueira Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.
  • Isabel Menezes Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.
  • Rui Anjos Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5753

Palavras-chave:

Cardiopatias Congénitas, Diagnóstico Pré-natal.

Resumo

Introdução: As cardiopatias congénitas complexas são patologias graves, e o diagnóstico pré-natal poderá ter implicações sobre a morbilidade e a mortalidade. O objetivo deste trabalho foi estudar a influência do diagnóstico pré-natal e da distância do local de parto a um centro de referência, na morbilidade imediata e mortalidade precoce de um grupo de doentes com cardiopatias congénitas complexas.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos doentes com cardiopatias congénitas complexas, seguidos no nosso hospital, nascidos entre 2007 e 2012.
Resultados: Identificaram-se 126 doentes com cardiopatias congénitas complexas. Em 95% a gravidez foi vigiada desde o primeiro trimestre existindo diagnóstico pré-natal em 42%. Houve relação estatisticamente significativa entre o local do parto e a existência de diagnóstico pré-natal. A cardiopatia congénita complexa mais frequente foi a transposição das grandes artérias (45,2%), seguida da atresia da pulmonar com comunicação interventricular (17,5%) e ventrículo esquerdo hipoplásico (9,5%). Oitenta e dois doentes (65,1%) foram medicados com prostaglandinas e 38 (30,2%) foram ventilados antes de uma intervenção. A cirurgia ocorreu no período neonatal em 73%. A sobrevida atuarial aos 30 dias, 12 e 24 meses foi 85%, 80% e 75%, respetivamente. Não houve relação estatisticamente significativa entre diagnóstico pré-natal e mortalidade.
Discussão: A maioria dos doentes com cardiopatias congénitas complexas não teve diagnóstico pré-natal. Nos casos com diagnóstico pré-natal houve referenciação e parto num centro terciário. Não houve associação estatisticamente significativa entre diagnóstico prénatal e mortalidade neonatal, como já descrito em séries heterogéneas de cardiopatia congénita complexa.
Conclusão: A maioria dos doentes com cardiopatias congénitas complexas não teve diagnóstico pré-natal. Estes dados devem ser tomados em conta no planeamento do diagnóstico pré-natal das cardiopatias congénitas.

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Publicado

2015-04-30

Como Citar

1.
Correia M, Fortunato F, Martins D, Teixeira A, Nogueira G, Menezes I, Anjos R. Cardiopatias Congénitas Complexas: Influência do Diagnóstico Pré-Natal. Acta Med Port [Internet]. 30 de Abril de 2015 [citado 22 de Novembro de 2024];28(2):158-63. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5753

Edição

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