Cistatina C: Um Marcador de Função Renal Promissor em Doentes com Lúpus Eritematoso Sistémico?

Autores

  • Lígia Peixoto Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.
  • Patrício Aguiar Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.
  • Raquel de Bragança Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Joana Rosa Martins Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.
  • Alba Janeiro Acabado Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.
  • José Luís Ducla-Sores Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5770

Palavras-chave:

Cistatina C, Insuficiência Renal, Lúpus Eritematoso Sistémico, Marcadores Biológicos.

Resumo

Introdução: A cistatina C possui uma correlação superior com a taxa de filtrado glomerular e um prognóstico clínico mais significativo do que a creatinina. Procurou-se averiguar se constitui um marcador de função renal diferente da creatinina (cistatina C potencialmente superior à creatinina), em doentes com lúpus eritematoso sistémico.
Material e Métodos: Foram avaliados 37 doentes com lúpus eritematoso sistémico, sem evidência de nefrite lúpica activa. Determinouse a cistatina C sérica por nefelometria e a creatinina pelo método de Jaffe modificado. Compararam-se cinco fórmulas: Chronic Kidney Disease – Epidemiology Collaboration cystatin; Chronic Kidney Disease – Epidemiology Collaboration creatinine-cystatin; Cockcroft-Gault, Modification of Diet in Renal Disease e Chronic Kidney Disease – Epidemiology creatinine, utilizando-se esta última como referência. Analisou-se a influência de factores clínicos e laboratoriais na variação da cistatina C, por regressão linear multivariada.
Resultados: A cistatina C encontrava-se isoladamente elevada em dez participantes, ao invés de nenhuma elevação isolada da
creatinina, sendo esta diferença significativa (p = 0,002). Verificou-se uma diferença entre a taxa de filtrado glomerular estimada pela Chronic Kidney Disease – Epidemiology Collaboration cystatin e pela Chronic Kidney Disease – Epidemiology Collaboration creatinine (-6,0541 mL/min/1,73 m2, p = 0,07), mais acentuada para taxas de filtração glomerular mais baixas. Assim, a fórmula Chronic Kidney
Disease – Epidemiology Collaboration cystatin reclassificou 4 doentes como tendo doença renal crónica de novo e um doente como não tendo doença renal crónica (p = 0,375). A cistatina C foi influenciada significativamente apenas pela idade (p < 0,001).
Discussão: Vários estudos demonstraram que a cistatina C melhora a definição de doença renal crónica, permitindo uma classificação e uma estratificação do risco mais exactas, comparativamente à creatinina. A cistatina C revelou-se, neste estudo, um marcador de função renal promissor nos doentes com lupus, principalmente para taxas de filtrado glomerular mais baixas. A correlação da cistatina C com a idade para ser um factor confundente, na medida em que existe um declínio fisiológico da taxa de filtração glomerular com o envelhecimento.
Conclusão: A cistatina C foi potencialmente superior à creatinina e nesta amostra a cistatina C pareceu detectar mais precocemente do que a creatinina alterações na taxa de filtrado glomerular, podendo ser um melhor método de rastreio de doença renal crónica no lúpus eritematoso sistémico.

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Biografias Autor

Lígia Peixoto, Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.

Serviço de Medicina 1

Patrício Aguiar, Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.

Serviço de Medicina 1

Raquel de Bragança, Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.

Aluna do 6º ano do Mestrado em Medicina

Joana Rosa Martins, Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.

Serviço de Medicina 1

Alba Janeiro Acabado, Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal.

Seviço de Medicina 1

José Luís Ducla-Sores, Serviço de Medicina I. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.

Serviço de Medicina 1

Publicado

2015-06-03

Como Citar

1.
Peixoto L, Aguiar P, Bragança R de, Martins JR, Acabado AJ, Ducla-Sores JL. Cistatina C: Um Marcador de Função Renal Promissor em Doentes com Lúpus Eritematoso Sistémico?. Acta Med Port [Internet]. 3 de Junho de 2015 [citado 18 de Julho de 2024];28(3):333-41. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5770

Edição

Secção

Original