Efeitos Agudos da Privação de Sono Decorrente do Trabalho Nocturno em Jovens Médicos

Autores

  • Inês Sanches Pneumology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Fátima Teixeira Pneumology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Sleep Medicine Center. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • José Moutinho dos Santos Sleep Medicine Center. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • António Jorge Ferreira Pneumology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Pneumology Department. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5777

Palavras-chave:

Médicos, Privação de Sono, Tolerância ao Trabalho Programado, Ritmo Circadiano, Transtornos do Sono.

Resumo

Introdução: Avaliar a privação do sono e seus efeitos sobre os jovens médicos relativamente à capacidade de concentração e
desempenho psicomotor.
Material e Métodos: Dezoito médicos, com idades entre 26 - 33 anos, divididos em dois grupos: grupo sem privação de sono (sem trabalho nocturno) e grupo com privação de sono (no mínimo 12 horas de trabalho nocturno / semana). Aplicámos o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh para rastrear a presença de patologia do sono e a Escala de Sonolência Epworth para avaliar subjectivamente a sonolência diurna; usamos actigrafia e o diário de sono para avaliar a higiene do sono e os ciclos de sono-vigília. Para demonstrar os efeitos da privação do sono, foi aplicado o teste de Toulouse-Piéron (teste de concentração) e uma bateria de três
testes de tempo de reação após o período de trabalho nocturno.
Resultados: O grupo com privação de sono apresentou maior sonolência diurna na Escala de Sonolência Epworth (p < 0,05) e durante a semana a privação de sono foi maior (p < 0,010). A duração média do sono durante o período de trabalho nocturno foi de 184,2 minutos para o grupo com privação de sono e 397,7 minutos para grupo sem privação de sono (p < 0,001). No teste Toulouse-Piéron o grupo com privação de sono apresentou maior número de omissões (p < 0,05) com um pior resultado no índice de concentração (p < 0,05). Os testes psicomotores que avaliaram a resposta a estímulos simples revelaram maior latência na resposta (p < 0,05) e mais erros (p < 0,05) no grupo com privação de sono; no teste de reacção a instrução o e grupo com privação de sono apresentou pior índice de perfeição (p < 0,05); no teste de movimentos finos não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
Discussão: A privação de sono aguda resultante do trabalho nocturno em profissões médicas está associada a uma diminuição da atenção e concentração e no atraso de resposta a estímulos. Isto pode comprometer o atendimento ao paciente, bem como a saúde e a qualidade de vida do próprio médico.
Conclusão: É essencial estudar os efeitos da privação aguda de sono sobre a capacidade cognitiva e de desempenho dos profissionais de saúde.

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Publicado

2015-08-31

Como Citar

1.
Sanches I, Teixeira F, Santos JM dos, Ferreira AJ. Efeitos Agudos da Privação de Sono Decorrente do Trabalho Nocturno em Jovens Médicos. Acta Med Port [Internet]. 31 de Agosto de 2015 [citado 30 de Junho de 2024];28(4):457-62. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5777

Edição

Secção

Original