Avaliação da Perda Auditiva em Doentes com Tuberculose Multirresistente

Autores

  • Leandro Ribeiro Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Claudia Sousa Departamento de Audiologia. Escola Superior de Tecnologias da Saúde. Porto. Portugal.
  • Aida Sousa Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Catarina Ferreira Serviço de Pneumologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Raquel Duarte Centro de Referência Regional para a Tuberculose Multisseristente da Região de Saúde do Norte. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • António Faria e Almeida Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Vila Nova de Gaia. Portugal.
  • Artur Condé Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Vila Nova de Gaia. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5783

Resumo

Introdução: A tuberculose multirresistente e a extensivamente resistente constituem atualmente a principal ameaça ao controlo da tuberculose a nível mundial. O seu tratamento exige o uso de um esquema terapêutico com fármacos de segunda linha por um período mínimo de 20 meses, onde se incluem aminoglicosídeos durante um período de cerca de oito meses. Estes estão associados a alterações
cocleovestibulares permanentes.
Material e Métodos: Estudo transversal que pretende avaliar a função auditiva em indivíduos que terminaram tratamento por tuberculose multirresistente (com esquema que incluia aminoglicosídeos) no Centro de Referência Regional para a Tuberculose Multirresistente da Sub-Região de Saúde do Norte entre os anos de 2009 e 2012. Os doentes que preencheram os critérios de inclusão foram convocados para a realização de: exame objetivo otorrinolaringológico, audiograma tonal e vocal, otoemissões acústicas por produtos de distorção nas frequências de 2000-5000 Hz e timpanograma.
Resultados: Entre 2009 e 2012 foram referenciados 27 casos para o Centro de Referência para a tuberculose multirresistente da Região Norte, tendo-se verificado cinco óbitos. Dos 22 indivíduos convocados, compareceram 11. Estes possuíam idades compreendidas entre os 31 e os 59 anos (41 ± 10). A amicacina foi usada em 80% e a capreomicina nos restantes. Seis (60%) dos utentes estudados apresentaram surdez neurossensorial. As otoemissões acústicas foram negativas em todos os doentes com hipoacúsia neurossensorial, o que confirma a sua origem coclear.
Discussão/ Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de existir uma monitorização audiológica mais frequente nos indivíduos com tuberculose multirresistente tratados com aminoglicosídeos permitindo detectar mais precocemente a perda auditiva.
Palavras-chave: Aminoglicosídeos; Perda Auditiva; Tuberculose Multirresistente.

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Publicado

2015-01-26

Como Citar

1.
Ribeiro L, Sousa C, Sousa A, Ferreira C, Duarte R, Faria e Almeida A, Condé A. Avaliação da Perda Auditiva em Doentes com Tuberculose Multirresistente. Acta Med Port [Internet]. 26 de Janeiro de 2015 [citado 21 de Novembro de 2024];28(1):87-91. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5783