Tromboembolismo Pulmonar no Doente Oncológico em Ambulatório
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5872Palavras-chave:
Cuidados em Ambulatório, Neoplasias, Tromboembolismo Pulmonar.Resumo
Introdução: A associação entre a doença oncológica e a doença tromboembólica venosa é conhecida. O doente oncológico apresenta um risco de evento trombótico seis a sete vezes superior à população em geral. O tromboembolismo pulmonar é uma importante causa de morbilidade e mortalidade neste grupo de doentes, encontrando-se a sua prevalência subestimada.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de todos os episódios de tromboembolismo pulmonar referenciados num período de cinco anos. Selecionaram-se os doentes oncológicos em regime de ambulatório, tendo sido revistos os dados demográficos, fatores de risco, presença de sintomatologia ao diagnóstico, estratificação de risco de doença tromboembólica venosa pelo modelo de Khorana, probabilidade de mortalidade aos 30 dias e sobrevivência global. O trabalho elaborado está de acordo com a declaração de Helsínquia.
Resultados: Avaliaram-se 186 doentes, 55,9% do sexo feminino, mediana de idade de 64 anos. As neoplasias mais prevalentes foram a colo-rectal (24,2%) e a pulmonar (17,7%), sendo que a maioria apresentava metástases (66,1%) ou realizaram quimioterapia (69,4%). O tromboembolismo pulmonar foi um achado imagiológico em 69,4%, sendo que nenhum dado clínico analisado no nosso estudo mostrou ter significado estatístico na apresentação de tromboembolismo pulmonar com sintomatologia clínica evidente. Observou-se uma mortalidade aos 30 dias resultante do tromboembolismo pulmonar de 7,5%, tendo-se verificado que os doentes sintomáticos apresentaram uma sobrevivência média inferior relativamente aos assintomáticos (12 vs. 20 meses; p = 0,029). A aplicação retrospetiva do modelo preditivo de Khorana para doença tromboembólica venosa nos doentes sob quimioterapia permitiu identificar 11% dos indivíduos em alto risco
Discussão: O tromboembolismo pulmonar foi um achado imagiológico na maioria dos doentes, sendo que nenhuma variável clínica se associou à presença ou ausência de sintomas. Apesar disso, os doentes assintomáticos apresentaram uma sobrevida superior.
Conclusão: O tromboembolismo pulmonar é frequentemente assintomático no doente oncológico em ambulatório. Estes dados reforçam a necessidade de avaliar o risco de doença tromboembólica venosa destes doentes e ponderar a realização de profilaxia
anti-trombótica.
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