Neuropatia da Doença de Hansen: Um Diagnóstico a Considerar na Investigação da Neuropatia Periférica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5876Palavras-chave:
Doenças do Sistema Nervoso Periférico, Lepra, Portugal.Resumo
Introdução: A lepra continua a ser uma das causas mais frequentes de neuropatia periférica. Apesar de tida como erradicada em Portugal, ainda se documenta no estudo neuropatológico de doentes com clínica de neuropatia periférica sem diagnóstico etiológico definido.
Material e Métodos: Revisão dos casos neuropatia por doença de Hansen diagnosticados na Unidade de Neuropatologia do Centro Hospitalar do Porto no período de 1978 e 2013 atendendo ao género, idade, manifestações clínicas e achados neuropatológicos.
Resultados: Foram identificados 21 doentes com diagnóstico neuropatológico de neuropatia por doença de Hansen, com predomínio do sexo masculino. A idade média ao diagnóstico foi de 52 anos, sendo a sintomatologia sensitiva predominante. O intervalo entre sintomatologia e diagnóstico oscilou entre 1 a 38 anos. Na maioria foi identificada forma tuberculoide em biópsia de nervo e detetados bacilos em pele e nervo em 44% dos casos.
Discussão: A mononeurite é a forma mais comum de apresentação de hanseníase, podendo cursar com outras manifestações clínicas incluindo lesões cutâneas. A infeção pelo M. leprae lesiona fibras mielinizadas e não mielinizadas, com substituição do tecido nervoso por colagénio resultando em fibrose. O diagnóstico da lepra é apenas conseguido por estudo neuropatológico das lesões cutâneas e/ou nervo periférico, adjuvado pela identificação do bacilo.
Conclusão: A doença de Hansen continua a ser um problema de saúde pública em áreas tropicais e, apesar de rara, ainda descrita em países ocidentais, devendo ser considerada como uma hipótese de diagnóstico na investigação de neuropatia periférica.
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