Avaliação do Comportamento Suicida numa Urgência Psiquiátrica em Lisboa,
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5888Palavras-chave:
Comportamento Autodestrutivo, Intenção, Portugal, Questionários, Serviço de Urgência Hospitalar, Tentativa de Suicidio.Resumo
Introdução: Alguns estudos têm alertado para a sobrecarga de tentativas de suicídio nas urgências médicas. Neste estudocaracterizamos os doentes suicidas numa urgência médica portuguesa.
Material e Métodos: Durante três anos, todos os doentes observados pelo primeiro autor, em urgências médicas, após tentativa suicida, foram incluídos no estudo. A intencionalidade da tentativa suicida foi determinada com a Pierce Suicide Intent Scale. O seguimento foi registado recorrendo ao processo clínico, e o nível de satisfação a chamada telefónica.
Resultados: Dos 120 doentes incluídos 70,8% eram mulheres e a média de idades foi 42,35 anos. A intencionalidade suicida (Pierce Suicide Intent Scale) foi baixa em 30,1%, média em 59,3% e elevada em 10,6%. Os principais preditores de intencionalidade suicida foram: género masculino (p < 0,001), história familiar de suicídio (p < 0,01), divórcio ou viuvez (p < 0,013) e doença mental grave (p < 0,015). Em 41,6% dos doentes não se apurou seguimento. Quanto à satisfação, apenas 19,5% deram resposta válida: 2,7% “ligeiramente satisfeito”, 4,4% “moderadamente satisfeito”, e 12,5% “muito satisfeito”.
Discussão: A Pierce Suicide Intent Scale é um instrumento útil na avaliação do comportamento suicida na urgência médica. O
comportamento suicida de elevada intencionalidade está relacionado com género masculino, problemas sociais e antecedentes psiquiátricos pessoais e familiares.
Conclusão: Os registos administrativos da urgência médica são ainda pouco rigorosos. As variáveis relacionadas com intencionalidade suicida são as mesmas que são descritas noutros países. Dos doentes a que conseguimos chegar, um quinto mostrou-se satisfeito com o seguimento. Mais estudos são necessários para compreender o comportamento suicida em Portugal.
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