Febre Escaro-Nodular: Revisão Retrospetiva de Casos Hospitalizados e Fatores Preditores de Doença Severa
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.5992Palavras-chave:
Factores de Risco, Febre escaro-nodular, Infecções por Rickettsia, Prognóstico, Rickettsia conorii.Resumo
Introdução: Febre escaro-nodular, uma zoonose antiga a levantar questões actuais. Este estudo pretende reavaliar a imagem clínica da doença e identificar factores prognósticos de doença severa.
Material e Métodos: Foram avaliados os casos admitidos num hospital central no período de 12 anos. Os fatores de risco foram determinados por análise uni e multivariada, comparando os indivíduos internados em enfermaria geral versus admitidos em unidades de cuidados intermédios/intensivos ou em caso de morte.
Resultados: Foram revistos 71 casos de febre escaro-nodular. A média de idades foi 63,3 ± 16,7 anos e 52,1% eram homens. A escara de inoculação foi identificada em 62,0% dos casos. Febre e exantema foram os achados clínicos mais frequentes. Quarenta e cinco por cento dos doentes desenvolveram complicações e 22,5% foram internados em unidades de cuidados intermédios e/ou intensivos. Apirexia, dispneia, insuficiência renal e níveis de lactato desidrogenase elevados à admissão foram preditores de desenvolvimento
de doença severa (p < 0,034). O alcoolismo associou-se a um tempo de internamento prolongado (p = 0,020). Ausência
de febre (p = 0,019) e níveis elevados de creatinina (p = 0,028) constituíram fatores independentes de mau prognóstico. A taxa de mortalidade foi 2,8%.
Discussão: Apesar da evolução da febre escaro-nodular ser, geralmente, assumida como benigna, casos graves têm surgido. Quase metade dos doentes hospitalizados desenvolveu complicações. Apirexia e lesão renal predispõem a pior prognóstico.
Conclusão: A identificação precoce da infeção e a vigilância contínua dos doentes são determinantes, particularmente naqueles com maior risco de desenvolverem doença severa ou fatal.
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