O Impacto do Implante Coclear na Linguagem Oral das Crianças com Surdez Congénita

Autores

  • Daniela Ramos Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • João Xavier Jorge Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • António Teixeira Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática. Universidade de Aveiro. Aveiro. Portugal.
  • Carlos Ribeiro Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • António Paiva Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.5997

Palavras-chave:

Child, Cochlear Implants, Hearing Loss, Sensorineural, Language Development, Speech Acoustics, Speech Perception.

Resumo

Introdução: As crianças com surdez neurossensorial severa a profunda podem adquirir vocabulário e estruturas sintácticas para comunicarem pela linguagem oral, após implante coclear.
Objectivo: Identificar as capacidades linguísticas em crianças, com implante coclear.
Material e Métodos: Estudou-se a linguagem oral em 18 crianças, entre nove e 10 anos, com surdez neurossensorial profunda bilateral congénita, com implante coclear, avaliadas com a Grelha de Observação da Linguagem-Nível Escolar. As pontuações obtidas foram comparadas com as das crianças normo-ouvintes com igual idade auditiva.
Resultados: As pontuações nas estruturas linguísticas estudadas, crianças implantadas vs. padrão das normo-ouvintes foram: fonologia 29,44 ± 8,4 vs. 29,68 ± 5,90, p = 0,91; semântica 18,55 ± 8,89 vs. 19,20 ± 4,85, p = 0,76; morfossintaxe 21,89 ± 12,85 vs. 26,35 ± 10,36, p = 0,159. Nas provas da estrutura semântica, não se registaram diferenças estatisticamente significativas. Na morfossintaxe, a
diferença foi estatisticamente significativa na derivação das palavras, 2,83 ± 2,81 vs. 4,65 ± 1,64, p = 0,014. Na fonologia, verificou-se diferença significativa, na prova de discriminação de pseudopalavras, 6,6 ± 2,8 vs. 8,37 ± 2,32, p = 0,023. Na segmentação silábica, as crianças implantadas tiveram uma pontuação significativamente superior ao padrão 8,56 ± 1,6 vs. 5,9 ± 1,58, p < 0,001.
Discussão: A semelhança das pontuações obtidas pelas crianças com implante coclear em relação ao padrão nas componentes linguísticas estudadas, confirma que o implante coclear promove o desenvolvimento da linguagem verbal oral nas crianças com surdez congénita.
Conclusão: As crianças implantadas obtiveram ganhos de linguagem similares às normo-ouvintes com igual idade auditiva.

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Biografia Autor

Daniela Ramos, Serviço de Otorrinolaringologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Terapeuta da Fala Mestre em Ciências da Fala e da Audição

Publicado

2015-08-31

Como Citar

1.
Ramos D, Xavier Jorge J, Teixeira A, Ribeiro C, Paiva A. O Impacto do Implante Coclear na Linguagem Oral das Crianças com Surdez Congénita. Acta Med Port [Internet]. 31 de Agosto de 2015 [citado 22 de Novembro de 2024];28(4):442-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5997

Edição

Secção

Original