O Papel da Aspirina na Prevenção da Pré-Eclâmpsia: Estado da Arte

Autores

  • Ana Campos Departamento de Obstetrícia. Maternidade Alfredo da Costa. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6005

Palavras-chave:

Aspirina, Pré-eclâmpsia/prevenção e controlo.

Resumo

Introdução: O papel do ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) na prevenção das complicações associadas à pré-eclâmpsia tem sido objeto de estudos e de controvérsias ao longo de 30 anos. Os primeiros trabalhos de investigação acerca do papel da placenta na génese da pré-eclâmpsia surgiram em finais dos anos 70 e assinalavam um aumento da atividade plaquetária e alteração da síntese das prostaglandinas, como consequência da deficiente adaptação da placenta. Ao longo dos últimos 20 anos do século XX, sucederam-se estudos de investigação acerca do papel profilático da aspirina na redução do risco de pré-eclâmpsia.
Material e Métodos: Para analisar os trabalhos publicados sobre o uso da aspirina na prevenção da pré-eclâmpsia, bem como sobre a dose mais adequada e momento de administração, foram consultados apenas estudos prospetivos, revisões sistemáticas e meta-análises através das seguintes fontes pesquisa (PubMed, Cochrane, Embase). Os artigos citados foram considerados os mais relevantes. Os trabalhos foram divididos em dois grupos: no primeiro foram incluídos os trabalhos em que a aspirina era administrada até às 16 semanas e o segundo, com início de administração por um período mais alargado.
Resultados e Discussão: No primeiro grupo, com menor número de casos, mas com início mais precoce de administração do fármaco, até às 16 semanas, concluiu-se que a aspirina poderia ter um papel positivo na redução de risco de gravidade da pré-eclâmpsia; o segundo grupo, com maior número de casos nos estudos, mas com condições menos restritas de entrada e de tempo de início do fármaco, teve resultados mais controversos. As meta-análises destes estudos concluíram que os resultados favoráveis estavam associados
às condições de e momento da administração.
Conclusão: Não existindo ainda alternativas ou fármacos que lhe possam ser associados, a aspirina em baixas doses (80 a 150 mg/ dia) ao deitar, iniciada no 1º trimestre e até às 16 semanas mantém-se um fármaco seguro, que tem contribuído para redução do risco de pré-eclâmpsia precoce, com as consequências que lhe estão associadas.

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Biografia Autor

Ana Campos, Departamento de Obstetrícia. Maternidade Alfredo da Costa. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa. Portugal.

Assistente Graduada Sénior de Obstetrícia e Ginecologia na Maternidade Alfredo da Costa- Lisboa

Professora Auxiiar Convidada da Universidade Nova de lisboa

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Publicado

2015-07-30

Como Citar

1.
Campos A. O Papel da Aspirina na Prevenção da Pré-Eclâmpsia: Estado da Arte. Acta Med Port [Internet]. 30 de Julho de 2015 [citado 25 de Novembro de 2024];28(4):517-24. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6005

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