Encefalopatia Hepática Mínima: Uma Realidade Escondida

Autores

  • Mara Barbosa Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.
  • Carla Marinho Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.
  • Paula Mota Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.
  • José Cotter Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6035

Palavras-chave:

Cirrose Hepática, Encefalopatia Hepática, Psicometria, Testes Neuropsicológicos.

Resumo

Introdução: A encefalopatia hepática mínima define-se como um défice neurocognitivo ligeiro, não detectável ao exame clínico, que pode estar presente nos doentes cirróticos.
Objectivo: Determinar a prevalência da encefalopatia hepática mínima num hospital prestador de cuidados de saúde secundários no Norte de Portugal.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo transversal em que foram incluídos os doentes cirróticos seguidos na consulta externa. Critérios de exclusão: encefalopatia hepática clínica, iliteracia, consumo activo de álcool e terapêutica com fármacos psicotrópicos ou lactulose. A presença de encefalopatia hepática mínima foi definida como um valor ≤ -4 na Pontuação Psicométrica da Encefalopatia Hepática, calculado de acordo com as normas portuguesas. Analisaram-se as variáveis: etiologia e gravidade da doença hepática e concentração da amónia sanguínea venosa. Considerou-se o valor de p < 0,05 como significativo.
Resultados: Dos 102 doentes avaliados, 41 foram incluídos: 31 homens, idade média de 57 ± 10 anos, escolaridade média de 5 ± 2 anos, 31 Child-Pugh classe A, score MELD médio de 6 ± 3. Foi diagnosticada encefalopatia hepática mínima em 14 (34%) doentes. A presença de encefalopatia hepática mínima não se relacionou com a gravidade da doença hepática. Apesar de mais elevado, o valor médio da concentração da amónia venosa nos doentes com encefalopatia hepática mínima não foi significativamente diferente do valor médio da concentração da amónia venosa nos doentes sem encefalopatia hepática mínima (48,5 ± 13,3 vs. 45,6 ± 15,6 μmol/L, p = 0,555).
Discussão: A prevalência da encefalopatia hepática mínima descrita está de acordo com os dados internacionais.
Conclusão: A encefalopatia hepática mínima é uma entidade frequente que está presente precocemente na história natural da cirrose, mesmo em doentes compensados. Consequentemente, esta condição escondida deve ser activamente procurada e os doentes devidamente orientados após o diagnóstico.

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Biografias Autor

Mara Barbosa, Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.

Departamento de Gastrenterologia

Carla Marinho, Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.

Departamento de Gastrenterologia

Paula Mota, Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.

Departamento de Patologia Clínica

José Cotter, Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar do Alto Ave. Guimarães. Portugal.

Departamento de Gastrenterologia

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Publicado

2015-07-10

Como Citar

1.
Barbosa M, Marinho C, Mota P, Cotter J. Encefalopatia Hepática Mínima: Uma Realidade Escondida. Acta Med Port [Internet]. 10 de Julho de 2015 [citado 18 de Julho de 2024];28(4):480-5. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6035

Edição

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