Encefalopatia Hepática Mínima: Uma Realidade Escondida
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.6035Palavras-chave:
Cirrose Hepática, Encefalopatia Hepática, Psicometria, Testes Neuropsicológicos.Resumo
Introdução: A encefalopatia hepática mínima define-se como um défice neurocognitivo ligeiro, não detectável ao exame clínico, que pode estar presente nos doentes cirróticos.Objectivo: Determinar a prevalência da encefalopatia hepática mínima num hospital prestador de cuidados de saúde secundários no Norte de Portugal.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo transversal em que foram incluídos os doentes cirróticos seguidos na consulta externa. Critérios de exclusão: encefalopatia hepática clínica, iliteracia, consumo activo de álcool e terapêutica com fármacos psicotrópicos ou lactulose. A presença de encefalopatia hepática mínima foi definida como um valor ≤ -4 na Pontuação Psicométrica da Encefalopatia Hepática, calculado de acordo com as normas portuguesas. Analisaram-se as variáveis: etiologia e gravidade da doença hepática e concentração da amónia sanguínea venosa. Considerou-se o valor de p < 0,05 como significativo.
Resultados: Dos 102 doentes avaliados, 41 foram incluídos: 31 homens, idade média de 57 ± 10 anos, escolaridade média de 5 ± 2 anos, 31 Child-Pugh classe A, score MELD médio de 6 ± 3. Foi diagnosticada encefalopatia hepática mínima em 14 (34%) doentes. A presença de encefalopatia hepática mínima não se relacionou com a gravidade da doença hepática. Apesar de mais elevado, o valor médio da concentração da amónia venosa nos doentes com encefalopatia hepática mínima não foi significativamente diferente do valor médio da concentração da amónia venosa nos doentes sem encefalopatia hepática mínima (48,5 ± 13,3 vs. 45,6 ± 15,6 μmol/L, p = 0,555).
Discussão: A prevalência da encefalopatia hepática mínima descrita está de acordo com os dados internacionais.
Conclusão: A encefalopatia hepática mínima é uma entidade frequente que está presente precocemente na história natural da cirrose, mesmo em doentes compensados. Consequentemente, esta condição escondida deve ser activamente procurada e os doentes devidamente orientados após o diagnóstico.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons