Anomalias Congénitas Identificadas ao Nascimento em Recém-Nascidos de Mulheres Adolescentes

Autores

  • Leandro Valim dos Reis Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.
  • Edward Araujo Júnior Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.
  • Cristina Aparecida Falbo Guazzelli Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.
  • Mirlene Cecilia Soares Pinho Cernach Disciplina de Genética. Departamento de Morfologia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.
  • Maria Regina Torloni Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.
  • Antonio Fernandes Moron Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6046

Palavras-chave:

Adolescente, Anomalias Congénitas, Gravidez.

Resumo

Introdução: Analisar a prevalência das anomalias congénitas, detetadas no nascimento, entre filhos de gestantes adolescentes, enfatizando os tipos mais comuns e a época do diagnóstico.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo do tipo censo, no qual foram analisados todos recém-nascidos, vivos ou mortos, com peso superior a 500 g, de mulheres que tiveram o parto no Hospital São Paulo num período de seis anos. Os produtos da conceção portadores de anomalias foram identificados no período pré-natal ou através do exame físico pós-natal, segundo os critérios do Estudo Colaborativo Latino-Americano das Malformações Congênitas. Os resultados são apresentados de forma descritiva através de valores absolutos e relativos, calcula-se a prevalência das anomalias e comparam-se os diferentes grupos recorrendo a testes não paramétricos.
Resultados: Foram analisadas 6 257 gestações, das quais 577 resultaram em recém-nascidos com alguma anomalia congénita identificada no nascimento (prevalência de 9,2%). Do total de gestações, 907 eram de adolescentes (idade inferior a 20 anos), para as quais se verificou uma prevalência de anomalias nos recém-nascidos de 9,9%. Comparando os recém-nascidos de adolescentes com os das mulheres com idade superior a 20 anos, apenas se encontrou diferença estatisticamente significativa para a prevalência dos defeitos do tubo neural (p = 0,027).
Discussão: Observamos uma alta taxa de partos em adolescentes, acima das taxas dos países desenvolvidos. Observamos também alta frequência de anomalias congénitas em recém-nascidos, provavelmente por sermos um serviço terciário de referência. A elevada prevalência dos defeitos do tubo neural entre grávidas jovens pode ser explicada pela não suplementação pré-concecional de ácido fólico em gravidezes não planeadas, como é característico nas adolescentes.
Conclusão: A prevalência e momento do diagnóstico das anomalias congénitas em recém-nascidos apresentam comportamentos semelhantes entre grávidas com idade inferior ou superior a 20 anos, exceto para os defeitos do tubo neural, de maior prevalência nos recém-nascidos das grávidas adolescentes.

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Biografia Autor

Edward Araujo Júnior, Departamento de Obstetrícia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo. Brasil.

Professor Adjunto do Departamento de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Publicado

2015-10-20

Como Citar

1.
Reis LV dos, Araujo Júnior E, Guazzelli CAF, Cernach MCSP, Torloni MR, Moron AF. Anomalias Congénitas Identificadas ao Nascimento em Recém-Nascidos de Mulheres Adolescentes. Acta Med Port [Internet]. 20 de Outubro de 2015 [citado 21 de Dezembro de 2024];28(6):708-14. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6046