A Importância da Referenciação Precoce na Falência Hepática Aguda Pediátrica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.6195Palavras-chave:
Criança, Falência Hepática Aguda, Referenciação, Transplante de Fígado.Resumo
Introdução: A falência hepática aguda é uma doença rara associada a elevada morbilidade e mortalidade apesar do aumento da sobrevida devido ao transplante hepático. Em 2008, decorreu em Portugal uma reunião sobre esta patologia em pediatria, resultando num consenso de atuação que salientou a importância da abordagem multidisciplinar e referenciação precoce para um centro de transplantação hepática.
Objetivos: Caracterizar as admissões por falência hepática aguda no Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos do centro português com transplante hepático pediátrico. Comparar resultados antes (A) e depois de 2008 (B).
Material e Métodos: Estudo observacional retrospetivo de 20 anos (1994-2014). Critérios de inclusão: idade < 18 anos e falência hepática aguda (INR ≥ 2 sem resposta à vitamina K e necrose hepatocelular). Excluíram-se as crianças com doença hepática crónica.
Resultados: Incluíram-se 50 crianças com idade mediana de 24,5 meses. A causa mais comum de falência hepática aguda abaixo dos 2 anos foi metabólica (34,6%) e acima infeciosa (29,2%). Foram submetidos a transplante hepático 46%, tendo sobrevivido 78%. A mortalidade global foi 34%. A mediana do tempo de referenciação foi 7 dias no período A (n = 35) e 2 no B (n = 15; p = 0,006). A mediana do risco de mortalidade prevista pelo PRISM foi 14,7% no período A e 6,5% no B (p = 0,019). A mortalidade foi 37% vs 26% no período A e B respetivamente (p = 0,474).
Discussão e Conclusões: A mortalidade global foi sobreponível à de outros centros europeus, sendo o transplante hepático a opção terapêutica mais eficaz. Após 2008 o tempo de referenciação e a gravidade dos casos na admissão reduziram, ainda sem tradução significativa na mortalidade.
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