Estudo Clínico-Epidemiológico da Infeção Complicada por Vírus Varicela-Zoster na Idade Pediátrica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.6264Palavras-chave:
Criança, Criança Hospitalizada, Herpes Zoster, Herpesvirus Humano 3, Portugal, Varicela.Resumo
Introdução: Em Portugal, a incidência da infeção complicada por vírus varicela-zoster e respetivos custos é desconhecida. O objetivo deste estudo foi descrever as características clinico-epidemiológicas dos doentes em idade pediátrica internados com o diagnóstico de infeção complicada por vírus varicela-zoster.Material e Métodos: Estudo descritivo, baseado na análise dos processos clínicos dos doentes internados entre janeiro de 1999 e julho de 2013, com diagnóstico de infeção complicada por vírus varicela-zoster.
Resultados: Foram internados 94 doentes por infeção complicada a vírus varicela-zoster, dois por reativação de infeção latente. A mediana da idade foi 38 (IQR 18 - 65) meses. As complicações mais frequentes foram as infeciosas (70,2%), destacando-se a sobreinfeção bacteriana da pele/tecido celular subcutâneo (37,2%) e as complicações respiratórias (24,5%). Seguiram-se as complicações neurológicas (19,1%), gastrointestinais (9,6%), hematológicas (5,3%) e osteoarticulares (4,3%). Diagnosticaram-se 38 (40,4%) infeções bacterianas invasivas, seis com bacteriemia. A mediana da idade na admissão foi mais elevada nas complicações imunológicas relativamente às complicações infeciosas. As complicações neurológicas ocorreram preferencialmente em crianças saudáveis, enquanto as complicações infeciosas, nomeadamente as infeções bacterianas invasivas foram mais frequentes nos doentes medicados com ibuprofeno e/ou corticoide. A evolução foi favorável na maioria dos casos.
Discussão: As complicações da infeção pelo vírus varicela-zoster ocorreram preferencialmente em idade pré-escolar e doentes saudáveis. As complicações infeciosas, nomeadamente as dermatológicas e respiratórias, foram as mais frequentes, tendo sido verificada associação com a terapêutica prévia com ibuprofeno e /ou corticoide.
Conclusão: Estudos multicêntricos deverão ser planeados com o intuito de otimizar e ajustar as estratégias vacinais à nossa realidade.
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