Esclerose Múltipla Pediátrica em Portugal: Um Estudo Multicêntrico

Autores

  • Ana Sofia Correia Serviço de Neurologia. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa. Portugal.
  • Luís Augusto Serviço de Neuro-radiologia. Centro Hospitalar São João. Porto. Portugal.
  • Joana Meireles Serviço de Neurologia. Centro Hospitalar São João. Porto. Portugal.
  • Joana Pinto Serviço de Neuror-radiologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Ana Paula Sousa Serviço de Neurologia. Centro Hospitalar de Setúbal. Setúbal. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6346

Palavras-chave:

Adolescente, Criança, Esclerose Múltipla, Portugal.

Resumo

Introdução: A esclerose múltipla é habitualmente diagnosticada em adultos jovens mas, mais raramente, pode manifestar-se durante a infância ou adolescência. Os dados sobre a esclerose múltipla pediátrica em Portugal são escassos. O objectivo principal deste estudo é a avaliação das características demográficas, clínicas, laboratoriais e neurorradiológicas da esclerose múltipla de início em idade pediátrica em Portugal. Os objetivos secundários consistem na comparação entre a esclerose múltipla de início na infância e a
esclerose múltipla de início na adolescência e na caracterização dos tratamentos prescritos.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo, observacional e multicêntrico, que consistiu na análise dos dados de todos os doentes com apresentação da EM antes dos 18 anos.
Resultados: Incluíram-se 46 doentes (72% do sexo feminino), com uma idade média de diagnóstico de 16,1 anos. Seis casos tiveram início na infância, 40 na adolescência. A esclerose múltipla apresentou-se em 98% dos casos com a forma surto-remissão. O estudo do líquor revelou bandas oligoclonais em 74% dos doentes. A ressonância magnética encefálica mostrou predominantemente lesões supratentoriais (98% dos casos), enquanto que a ressonância medular revelou que o segmento cervical foi o mais frequentemente afectado. Todos os doentes iniciaram terapêutica imunomoduladora (75% com interferão β). Relativamente às diferenças entre os dois grupos etários, encontrámos uma maior proporção de doentes do sexo masculino e com pleocitose no grupo com apresentação na
infância.
Discussão: Este trabalho fornece novos dados sobre as características da esclerose múltipla pediátrica em Portugal e os resultados são semelhantes aos reportados em outras partes do mundo.
Conclusão: Este é o primeiro estudo multicêntrico português sobre a esclerose múltipla com apresentação na infância e adolescência. Mais estudos são necessários para clarificar os mecanismos subjacentes às particularidades da esclerose múltipla pediátrica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2016-08-31

Como Citar

1.
Correia AS, Augusto L, Meireles J, Pinto J, Sousa AP. Esclerose Múltipla Pediátrica em Portugal: Um Estudo Multicêntrico. Acta Med Port [Internet]. 31 de Agosto de 2016 [citado 30 de Junho de 2024];29(7-8):425-31. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6346

Edição

Secção

Original