Enxerto Ósseo na Fenda Lábio-Palatina: Experiência de um Hospital de Referência Português

Autores

  • Ana Isabel Costa Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto.
  • Hélder Morgado Serviço de Cirurgia Pediátrica. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Carlos Mariz Serviço de Cirurgia Pediátrica. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • José Manuel Estevão-Costa Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Serviço de Cirurgia Pediátrica. Centro Hospitalar São João. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6418

Palavras-chave:

Enxerto de Osso Alveolar, Fenda Labial, Fenda Palatina, Procedimentos Cirúrgicos Reconstrutivos.

Resumo

Introdução: A fenda lábio-palatina é a malformação congénita craniofacial mais frequente. Na presença de defeito ósseo, a técnica de enxerto ósseo alveolar secundário é o método de correção mais consensual entre os autores. Neste estudo avalia-se o resultado da aplicação desta técnica num hospital terciário.
Material e Métodos: Análise dos enxertos ósseos alveolares secundários realizados entre 2007 e 2014, sendo incluídos os casos em que a crista ilíaca foi a região dadora e em que a informação clínica e imagiológica estava completa. A eficácia da intervenção foi avaliada radiologicamente com recurso à escala de Bergland (tipo I-IV), e correlacionada com variáveis associadas à patologia e/ou correção cirúrgica.
Resultados: Dos 32 enxertos ósseos alveolares secundários realizados, 29 cumpriam os critérios de inclusão: 13 casos (44,8%) correspondiam a fendas pré-forâmen unilaterais completas; quatro (13,8%) a fendas pré-forâmen bilaterais completas; oito (27,6%) a fendas transforâmen unilaterais e quatro (13,8%) a fendas transforâmen bilaterais. Pela escala de Bergland (aplicada com um seguimento médio de 8 ± 5 meses), seis eram do tipo I, 15 do tipo II, cinco de tipo III e três do tipo IV. Não foi encontrada associação entre a eficácia da intervenção cirúrgica e o tipo de fenda lábio-palatina, presença do incisivo e fase de erupção do canino. Cinco doentes foram submetidos a novo enxerto ósseo alveolar (três tipo II e dois tipo III na avaliação inicial).
Discussão: Na presente série, o enxerto ósseo alveolar foi eficaz na maioria dos doentes (72%, tipo I e II), independentemente do tipo de fenda lábio-palatina. A proporção de falências (10,3%) e a necessidade ulterior de reintervenção (17%) foram relativamente altas justificando o seguimento a longo-prazo e a continuação deste estudo.
Conclusão: Importa realçar o envolvimento multidisciplinar para identificação atempada do momento ideal para intervenção e otimi-
zação dos resultados.

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Publicado

2016-03-31

Como Citar

1.
Costa AI, Morgado H, Mariz C, Estevão-Costa JM. Enxerto Ósseo na Fenda Lábio-Palatina: Experiência de um Hospital de Referência Português. Acta Med Port [Internet]. 31 de Março de 2016 [citado 23 de Dezembro de 2024];29(3):210-6. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6418

Edição

Secção

Original