Referenciação Oncológica em Neurocirurgia Pediátrica? Análise da Situação no Norte de Portugal entre 2008-2013
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.6432Palavras-chave:
Criança, Neoplasias do Sistema Nervoso Central/cirurgia, Neoplasias do Sistema Nervoso Central/epidemiologia, Neurocirurgia, Portugal, Referência e Consulta.Resumo
Introdução: Os tumores primários do sistema nervoso central representam o segundo grupo de neoplasias mais frequente e são a principal causa de morte devido a tumores sólidos em crianças. O nosso estudo teve como objetivos realizar a mais atualizada análise epidemiológica desta doença no norte de Portugal e avaliar o possível benefício da centralização de cuidados.
Material e Métodos: Este estudo de base populacional incluiu todos os tumores primários do sistema nervoso central diagnosticados e histologicamente confirmados em indivíduos menores de 18 anos de idade, que residem no norte do país, desde Janeiro 2008 até Dezembro 2013. Os dados foram obtidos por meio da avaliação dos processos clínicos dos doentes. Nós descrevemos as características das crianças e dos seus tumores e analisámos os quocientes doente: neurocirurgião pediátrico e tipo histológico de tumor: neurocirurgião pediátrico e as taxas de sobrevivência, mortalidade, complicações e recidiva.
Resultados: Foram registados 147 casos. A média de idade ao diagnóstico foi de 8,0 ± 5,2 anos. Os astrocitomas foram o tipo histológico mais frequentemente encontrado (34%). O tipo histológico foi a única variável com influência estatisticamente significativa na mortalidade (p = 0,001). As sobrevivências a um, três e cinco anos relativas ao período entre 2008 - 2013 foram estatisticamente superiores às do intervalo entre 2005 - 2007. Os astrocitomas apresentam a mais alta taxa de sobrevivência, sendo estatisticamente diferente dos outros tipos de tumor (p = 0,015). Estimámos uma média de 12,25 casos tratados anualmente por neurocirurgião pediátrico no nosso hospital.
Discussão: Os nossos resultados são, globalmente, consistentes com os encontrados na literatura mundial, mas registrámos taxas de sobrevivência mais altas. O número de casos tratados por neurocirurgião pediátrico está de acordo com o recomendado.
Conclusão: Demonstrámos que houve melhoria dos outcomes em estudo em relação aos obtidos previamente a 2008 e aos reportados por outros estudos, nomeadamente taxas de sobrevivência a um, três e cinco anos após o diagnóstico mais elevadas, com índices de complicações e recidiva baixos. Neste sentido, a referenciação destes casos para centros de vasta experiência pode ser de valor inestimável para se obter os melhores resultados.
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