Eritropoietina Sérica como Marcador Prognóstico em Síndrome Mielodisplásica

Autores

  • Emília Cortesão Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Rita Tenreiro Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Sofia Ramos Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Marta Pereira Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Paula César Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • José P. Carda Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Marília Gomes Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Luís Rito Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Emília Magalhães Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Ana C. Gonçalves Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Nuno C. e Silva Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Catarina Geraldes Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Amélia Pereira Serviço de Medicina Interna. Hospital Distrital da Figueira da Foz. Figueira da Foz. Portugal.
  • Letícia Ribeiro Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • José M. Nascimento Costa Serviço de Oncologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Ana B. Sarmento Ribeiro Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6518

Palavras-chave:

Eritropoietina, Prognóstico, Síndrome Mielodisplásica.

Resumo

Introdução: A síndrome mielodisplásica é uma doença heterogénea caracterizada por displasia, medula hipercelular, citopenias e risco de evolução para leucemia aguda. Outros factores de prognóstico, nomeadamente, fibrose medular, elevação da enzima desidrogenase do lactato e β2-microglobulina têm sido descritos, contudo, a decisão terapêutica baseia-se no score do International Prognostic Scoring System.
Material e Métodos: Este trabalho teve como objectivo analisar a relevância da eritropoietina sérica ao diagnóstico, em doentes com síndrome mielodisplásica de novo, avaliando o seu impacto na sobrevivência global e a sua implementação como factor de prognóstico. Recolhemos dados clínicos e laboratoriais de 102 doentes com síndrome mielodisplásica de novo diagnosticada entre outubro/2009 e março/2014. A análise de sobrevivência foi efectuada recorrendo à metodologia de Kaplan-Meier, de acordo com os valores de eritropoietina.
Resultados: A amostra, de 102 doentes, apresenta uma mediana de idades de 74 anos e relação masculino/feminino igual a 0,8. Os doentes com o subtipo citopenia refratária com displasia unilinha apresentam, em média, valores de eritropoietina significativamente mais baixos, em oposição aos doentes com o subtipo 5q- que apresentam a média de eritropoietina sérica mais elevada (p < 0,05). Onze doentes evoluíram para leucemia aguda; estes têm, em média, eritropoietina sérica superior (p < 0,05). Adicionalmente, a eritropoietina sérica acima do limite superior da normalidade associa-se a menor sobrevivência (p = 0,0336). Após ajuste do modelo de regressão de Cox, o valor preditivo da eritropoietina para a sobrevivência global manteve-se (p < 0,001). Em análise multivariada, a eritropoietina sérica demonstrou ser um factor de prognóstico independente (p < 0,001).
Discussão: A eritropoietina sérica é um factor preditivo de resposta à terapêutica com eritropoietina subcutânea, sendo que os doentes com síndrome mielodisplásica com valores mais elevados de eritropoietina apresentam uma pior resposta à administração de eritropoietina, mesmo com doses mais elevadas. A nossa amostra demonstra que a eritropoietina sérica apresenta também valor prognóstico, e em todos os subtipos de síndrome mielodisplásica. Além disso, isoladamente ou em associação com outros factores ou índices de prognóstico, poderá melhorar o valor prognóstico de índices como o International Prognostic Scoring System, uma vez que valores elevados de eritropoietina estão associados a progressão para leucemia aguda e, consequentemente, a menor sobrevivência.
Conclusão: Os resultados sugerem que o aumento dos níveis séricos de eritropoietina ao diagnóstico pode constituir um factor de mau prognóstico em doentes com síndrome mielodisplásica, associando-se a maior risco de evolução para leucemia aguda e menor sobrevivência global.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Emília Cortesão, Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal

Ana C. Gonçalves, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal

Nuno C. e Silva, Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar de Coimbra. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal

Catarina Geraldes, Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal

José M. Nascimento Costa, Serviço de Oncologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal

Ana B. Sarmento Ribeiro, Serviço de Hematologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia. Coimbra. Portugal

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

 

 

Publicado

2015-11-19

Como Citar

1.
Cortesão E, Tenreiro R, Ramos S, Pereira M, César P, Carda JP, Gomes M, Rito L, Magalhães E, Gonçalves AC, Silva NC e, Geraldes C, Pereira A, Ribeiro L, Nascimento Costa JM, Ribeiro ABS. Eritropoietina Sérica como Marcador Prognóstico em Síndrome Mielodisplásica. Acta Med Port [Internet]. 19 de Novembro de 2015 [citado 22 de Novembro de 2024];28(6):720-5. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6518