Perfil Epidemiológico da Espondilodiscite Tratada Cirurgicamente

Autores

  • Joaquim Soares do Brito Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • António Tirado Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Pedro Fernandes Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6549

Palavras-chave:

Discite/cirurgia, Discite/epidemiology, Procedimentos Ortópedicos.

Resumo

Introdução: O termo espondilodiscite descreve uma qualquer infeção da coluna vertebral, sendo o tratamento gold standard baseado na terapêutica médica e a indicação cirúrgica ponderada em casos particulares. Foi objetivo deste trabalho estudar o perfil epide-miológico de um grupo de doentes com espondilodiscite submetidos a tratamento cirúrgico numa mesma instituição nacional entre 1997 e 2013.
Material e Métodos: Análise epidemiológica de 85 doentes com diagnóstico de espondilodiscite submetidos a tratamento cirúrgico. Foram analisados os processos clínicos, estudos de imagem e registos informáticos.
Resultados: Foram tratados 51 doentes do género masculino e 34 do género feminino. A idade média foi de 48 anos (min: 6 - máx: 80). O segmento lombar foi o mais afetado e o Mycobacterium tuberculosis o agente etiológico mais frequente. A distribuição do número de casos ao longo dos anos manteve-se aproximadamente constante, com discreto aumento da incidência do Staphylococus aureus e diminuição do número de casos sem agente identificado. Trinta e nove doentes apresentavam abcesso paravertebral e 17 lesão neurológica concomitante, a maioria no segmento torácico e em relação com infeção tuberculosa. Dez doentes apresentavam imunodepressão importante.
Discussão: Nesta série verificou-se um predomínio da infeção tuberculosa, no género masculino e em indivíduos jovens. Enquanto o número de casos/ano das discites tuberculosas se mantém constante, as infeções a Staphylococus aureus parecem ganhar preponderância. O abcesso paravertebral e a lesão neurológica constituíram uma complicação frequente da infeção tuberculosa.
Conclusão: As infeções da coluna vertebral com necessidade cirúrgica persistem como patologia relevante. Mycobacterium tuberculosis e Staphylococcus aureus representam os principais agentes etiológicos, parecendo existir uma incidência crescente deste último agente.

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Publicado

2016-05-31

Como Citar

1.
Soares do Brito J, Tirado A, Fernandes P. Perfil Epidemiológico da Espondilodiscite Tratada Cirurgicamente. Acta Med Port [Internet]. 31 de Maio de 2016 [citado 18 de Julho de 2024];29(5):319-25. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6549

Edição

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