Estratégias de Vinculação e Biomarcadores Neuroendócrinos em Crianças Obesas

Autores

  • Inês Pinto Department of Child and Adolescent Psychiatry. Hospital Beatriz Ângelo. Loures. Department of Psychiatry and Mental Health. Faculty of Medicine. University of Porto. Porto. Hospital Dona Estefânea. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa.
  • Simon Wilkinson Adolescent Psychiatric Section. Lørenskog University Hospital. Oslo. Department of Research and Development. Division of Mental Health. Akershus University Hospital. Oslo.
  • Daniel Virella Epidemiology and Statistics Office of the Research Unit. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Marta Alves Epidemiology and Statistics Office of the Research Unit. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Conceição Calhau Nutrição e Metabolismo. Nova Medical School. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa. Center for Research in Health Technologies and Information Systems (CINTESIS). University of Porto. Porto.
  • Rui Coelho Department of Neurosciences and Mental Health. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Porto. Institute for Research and Innovation inHealth (i3S). University of Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.6826

Palavras-chave:

Apego ao Objecto, Criança, Obesidade Pediátrica, Sistema Hipotálamo-Hipofisário, Sistema Hipófise-Suprarrenal, Stress Psicológico, Tireotropina.

Resumo

Introdução: A qualidade da relação pais-filho influencia o desenvolvimento do sistema fisiológico de regulação do stress da criança. Exploraram-se eventuais associações entre estratégias de vinculação e o cortisol e a hormona estimulante da tiróide, respectivamente como possíveis mediador e variável interveniente na relação mãe-filho, na criança obesa.
Material e Métodos: Foi recrutada na Consulta de Obesidade uma amostra de conveniência de 83 crianças obesas com 10,9 (1,8) anos de idade (46 rapazes). A obesidade foi definida pelo percentil do índice de massa corporal para idade e género e os biomarcadores neuroendócrinos foram medidos pelos métodos de rotina. As estratégias de vinculação foram avaliadas através dos questionários (IACA) para pais e crianças. O funcionamento familiar foi classificado através do preenchimento pelos pais do FACES-III. Foram analisados modelos multivariáveis de regressão linear.
Resultados: As estratégias de vinculação insegura do tipo evitante (tipo A) apresentaram uma associação significativa positiva com os níveis de hormona estimulante da tiróide e negativa com os níveis de cortisol (R2 = 0,352). As estratégias de vinculação segura (tipo B) associaram-se positivamente ao hipotiroidismo e ao percentil de índice de massa corporal, ambas com significado estatístico (R2 = 0,541). As estratégias de vinculação insegura apresentaram alguma evidência de associação positiva com a hormona estimulante da tiróide (R2 = 0,250).
Discussão: Estes achados sugerem a existência de factores comuns na regulação dos eixos hipotálamo-hipófise-adrenal e hipotálamo-hipófise-tiróide. Os processos envolvidos no desenvolvimento das estratégias de vinculação do tipo A parecem associar-se aos mecanismos regulatórios do eixo HPA.
Conclusão: Diferentes estratégias de vinculação estão associadas a diferentes padrões metabólicos em crianças obesas. Desconhece-se qual a sua contribuição para o desenvolvimento e diferenciação da abordagem terapêutica.

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Publicado

2016-05-31

Como Citar

1.
Pinto I, Wilkinson S, Virella D, Alves M, Calhau C, Coelho R. Estratégias de Vinculação e Biomarcadores Neuroendócrinos em Crianças Obesas. Acta Med Port [Internet]. 31 de Maio de 2016 [citado 13 de Maio de 2024];29(5):332-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/6826

Edição

Secção

Original