Estratégias de Vinculação e Biomarcadores Neuroendócrinos em Crianças Obesas
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.6826Palavras-chave:
Apego ao Objecto, Criança, Obesidade Pediátrica, Sistema Hipotálamo-Hipofisário, Sistema Hipófise-Suprarrenal, Stress Psicológico, Tireotropina.Resumo
Introdução: A qualidade da relação pais-filho influencia o desenvolvimento do sistema fisiológico de regulação do stress da criança. Exploraram-se eventuais associações entre estratégias de vinculação e o cortisol e a hormona estimulante da tiróide, respectivamente como possíveis mediador e variável interveniente na relação mãe-filho, na criança obesa.
Material e Métodos: Foi recrutada na Consulta de Obesidade uma amostra de conveniência de 83 crianças obesas com 10,9 (1,8) anos de idade (46 rapazes). A obesidade foi definida pelo percentil do índice de massa corporal para idade e género e os biomarcadores neuroendócrinos foram medidos pelos métodos de rotina. As estratégias de vinculação foram avaliadas através dos questionários (IACA) para pais e crianças. O funcionamento familiar foi classificado através do preenchimento pelos pais do FACES-III. Foram analisados modelos multivariáveis de regressão linear.
Resultados: As estratégias de vinculação insegura do tipo evitante (tipo A) apresentaram uma associação significativa positiva com os níveis de hormona estimulante da tiróide e negativa com os níveis de cortisol (R2 = 0,352). As estratégias de vinculação segura (tipo B) associaram-se positivamente ao hipotiroidismo e ao percentil de índice de massa corporal, ambas com significado estatístico (R2 = 0,541). As estratégias de vinculação insegura apresentaram alguma evidência de associação positiva com a hormona estimulante da tiróide (R2 = 0,250).
Discussão: Estes achados sugerem a existência de factores comuns na regulação dos eixos hipotálamo-hipófise-adrenal e hipotálamo-hipófise-tiróide. Os processos envolvidos no desenvolvimento das estratégias de vinculação do tipo A parecem associar-se aos mecanismos regulatórios do eixo HPA.
Conclusão: Diferentes estratégias de vinculação estão associadas a diferentes padrões metabólicos em crianças obesas. Desconhece-se qual a sua contribuição para o desenvolvimento e diferenciação da abordagem terapêutica.
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