Carcinossarcoma Uterino: Características ClinicoPatológicas e Fatores de Prognóstico
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7078Palavras-chave:
Carcinossarcoma, Estadiamento de Neoplasias, Neoplasias Uterinas, Prognóstico, Taxa de Sobrevida.Resumo
Introdução: O carcinossarcoma uterino é uma neoplasia bifásica rara e agressiva e está atualmente incluído no grupo de carcinoma do endométrio de alto risco. Os objetivos deste estudo foram determinar o perfil clinico-patológico, tratamento, padrões de recidiva/progressão, sobrevivência e fatores de prognóstico.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 42 doentes, estadiadas cirurgicamente e vigiadas num centro oncológico, entre 2005 e 2013. Os dados clínicos foram consultados nos processos e as características histopatológicas foram revistas para este estudo.
Resultados: A idade mediana das doentes foi de 72 anos (61 - 81) e a maioria apresentava co-morbilidades. A distribuição por estádio foi a seguinte: 13 (31,0%) estádio I; oito (19,0%) estádio II; nove (21,4%) estádio III; e 12 (28,6%) estádio IV. A quimioterapia adjuvante foi instituída em 12 doentes e 21 realizaram radioterapia. A doença progrediu em 16 doentes e recidivou em nove após um intervalo curto. A sobrevivência global mediana foi de 18 meses (6,8 - 40) e a sobrevivência livre de doença mediana de 6 meses (0 - 22,8). O único fator prognóstico independente associado a pior sobrevivência foi a invasão da serosa (p = 0,02; HR ajustado 4,22; IC 95% 1,29 - 13,79).
Discussão: Em concordância com outros estudos, o diagnóstico de carcinossarcoma uterino é frequentemente realizado com doença avançada e apresenta elevada taxa de progressão/recidiva. A variável que tem sido consistentemente identificada como principal fator de prognóstico é o estádio inicial, mas neste estudo o único fator independente foi a invasão da serosa.
Conclusão: O presente estudo representa a maior série de carcinossarcoma uterino estudada em Portugal e reflete o quadro clínico,
características histopatológicas e estádio no momento do diagnóstico e confirma a agressividade deste raro tumor.
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