Impacto da Corionicidade nas Complicações Perinatais da Gestação Gemelar
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7133Palavras-chave:
Complicações na Gravidez, Córion, Gravidez de Gémeos, Resultado da GravidezResumo
Introdução: A incidência da gestação múltipla tem vindo a aumentar em todo o mundo e vários estudos têm demonstrado taxas de morbilidade e mortalidade mais elevadas nos gémeos monocoriónicos comparativamente com os bicoriónicos. Os objetivos deste trabalho foram: caracterizar a população de gémeos fruto de gravidez bifetal nascidos num hospital nível três e avaliar o impacto da corionicidade na morbimortalidade perinatal.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de todos os gémeos fruto de gravidez bifetal nascidos num hospital nível três entre janeiro de 2004 e dezembro de 2013.
Resultados: Neste período nasceram 1051 gémeos, fruto de 540 gestações (26,7% monocoriónicos; 73,3% bicoriónicos). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos no respeitante às complicações obstétricas. No grupo monocoriónico verificou-se uma incidência mais elevada de restrição do crescimento intra-uterino (20,5 vs 11,3%, p < 0,001), idade materna mais baixa (29,9 vs 31,9 anos, p < 0,001), idade gestacional mais baixa (33,4 vs 34,3 semanas, p < 0,05) e peso de nascimento mais baixo (1943 vs 2147 g, p < 0,001). Os gémeos monocoriónicos tiveram uma incidência mais elevada de doença de membrana hialina (7 vs 4%, p < 0,05), sépsis (10,3 vs 5,8%, p < 0,05) e anemia (9,5 vs 5,4%, p < 0,05). Não se encontrou diferença estatisticamente significativa relativamente à ocorrência de enterocolite necrotizante, hemorragia intraperiventricular ou retinopatia da prematuridade. A mortalidade perinatal foi mais elevada no grupo monocoriónico (5,2 vs 2,9%, p < 0,05).
Discussão: Os gémeos monocoriónicos representam um desafio para obstetras e neonatologistas, devendo a vigilância pré-natal e o parto ser realizados em centros de referência.
Conclusão: A gemelaridade tem atualmente um importante impacto nos nascimentos, pelo que seria interessante desenvolver protocolos que uniformizassem a prática clínica na abordagem a estes recém-nascidos.
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