Impacto da Corionicidade nas Complicações Perinatais da Gestação Gemelar

Autores

  • Marta Machado Serviço de Pediatria. Centro Hospitalar do Baixo Vouga. Aveiro. Portugal.
  • Elsa Lima Teixeira Serviço de Pediatria. Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Viseu. Portugal.
  • Lígia Maria Ferreira Serviço de Pediatria. Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Viseu. Portugal.
  • Filipa Rodrigues Serviço de Pediatria. Centro Hospitalar do Baixo Vouga. Aveiro. Portugal.
  • Raquel Henriques Serviço de Neonatologia. Maternidade Daniel de Matos. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Eulália Afonso Serviço de Neonatologia. Maternidade Daniel de Matos. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7133

Palavras-chave:

Complicações na Gravidez, Córion, Gravidez de Gémeos, Resultado da Gravidez

Resumo

Introdução: A incidência da gestação múltipla tem vindo a aumentar em todo o mundo e vários estudos têm demonstrado taxas de morbilidade e mortalidade mais elevadas nos gémeos monocoriónicos comparativamente com os bicoriónicos. Os objetivos deste trabalho foram: caracterizar a população de gémeos fruto de gravidez bifetal nascidos num hospital nível três e avaliar o impacto da corionicidade na morbimortalidade perinatal.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de todos os gémeos fruto de gravidez bifetal nascidos num hospital nível três entre janeiro de 2004 e dezembro de 2013.
Resultados: Neste período nasceram 1051 gémeos, fruto de 540 gestações (26,7% monocoriónicos; 73,3% bicoriónicos). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos no respeitante às complicações obstétricas. No grupo monocoriónico verificou-se uma incidência mais elevada de restrição do crescimento intra-uterino (20,5 vs 11,3%, p < 0,001), idade materna mais baixa (29,9 vs 31,9 anos, p < 0,001), idade gestacional mais baixa (33,4 vs 34,3 semanas, p < 0,05) e peso de nascimento mais baixo (1943 vs 2147 g, p < 0,001). Os gémeos monocoriónicos tiveram uma incidência mais elevada de doença de membrana hialina (7 vs 4%, p < 0,05), sépsis (10,3 vs 5,8%, p < 0,05) e anemia (9,5 vs 5,4%, p < 0,05). Não se encontrou diferença estatisticamente significativa relativamente à ocorrência de enterocolite necrotizante, hemorragia intraperiventricular ou retinopatia da prematuridade. A mortalidade perinatal foi mais elevada no grupo monocoriónico (5,2 vs 2,9%, p < 0,05).
Discussão: Os gémeos monocoriónicos representam um desafio para obstetras e neonatologistas, devendo a vigilância pré-natal e o parto ser realizados em centros de referência.
Conclusão: A gemelaridade tem atualmente um importante impacto nos nascimentos, pelo que seria interessante desenvolver protocolos que uniformizassem a prática clínica na abordagem a estes recém-nascidos.

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Publicado

2017-01-31

Como Citar

1.
Machado M, Lima Teixeira E, Ferreira LM, Rodrigues F, Henriques R, Afonso E. Impacto da Corionicidade nas Complicações Perinatais da Gestação Gemelar. Acta Med Port [Internet]. 31 de Janeiro de 2017 [citado 23 de Dezembro de 2024];30(1):12-6. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7133

Edição

Secção

Original