Tratamento Endovascular de Aneurismas da Aorta e Transfusão de Sangue. O que Precisamos?

Autores

  • Rui Machado Departamento de Angiologia e Cirurgia Vascular. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.
  • Luís Loureiro Departamento de Angiologia e Cirurgia Vascular. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.
  • Inês Antunes Departamento de Angiologia e Cirurgia Vascular. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.
  • Jorge Coutinho Departamento de Hematologia Clínica. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.
  • Rui Almeida Departamento de Angiologia e Cirurgia Vascular. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7283

Palavras-chave:

Aneurismas da Aorta/cirugia, Procedimentos Endovasculares, Protocolos Clínicos, Transfusão de Sangue.

Resumo

Introdução: O tratamento endovascular dos aneurismas da aorta reduziu as taxas de transfusão. Não existem recomendações relativamente às unidades de glóbulos vermelhos a serem tipadas por crossmatch pré-operatoriamente. O nosso objetivo é contribuir para a análise das unidades de glóbulos vermelhos necessárias no tratamento endovascular dos aneurismas da aorta e na cirurgia híbrida de aneurismas da aorta e definir um protocolo do Maximum Surgical Blood Orders Schedule.
Material e Métodos: Analisámos retrospetivamente a base de dados prospectiva dos doentes tratados eletivamente por tratamento endovascular dos aneurismas da aorta, entre 2001 e 2012. Analisamos idade, género, classe ASA, Maximum Surgical Blood Orders Schedule, unidades de glóbulos vermelhos transfundidas e tempos, endoprótese, relação unidades de glóbulos vermelhos consumidas/endoprótese, relação unidades crossmatched/transfundidas, conversão para cirurgia convencional, hemoglobina pré-operatória e na alta.
Resultados: Selecionamos para análise 187 doentes, 90% homens, idade média 73,1, classe ASA III mais frequente. Usamos próteses aorto-bi-iliaca em 71%, aorto-uni-iliaca 23% e torácica 6%. Não necessitaram transfusão 72,6%. Transfundimos 171 unidades de glóbulos vermelhos. A relação unidades crossmatched/transfundidas foi 10,1 até 2010 e 7,3 após. A relação unidades de glóbulos vermelhos consumidas/endoprótese nas primeiras 24 horas foi 0,21 unidades de glóbulos vermelhos/aorto-bi-iliaca, 0,46 unidades de glóbulos vermelhos/aorto-uni-iliaca, 0,8 unidades de glóbulos vermelhos/torácica, 1,3 unidades de glóbulos vermelhos/híbrida-torácica e duas unidades de glóbulos vermelhos/híbrida-aorto-bi-iliaca. Obtivemos relação estatisticamente significativa entre unidades de glóbulos vermelhos transfundidas/endoprótese (p < 0,001) e entre classificação ASA e unidades de glóbulos vermelhos transfundidas após 24 h (p < 0,01).
Discussão: As recomendações da British Society of Haematology baseiam-se numa relação unidades crossmatched/transfundidas de 2:1. Na nossa instituição, a relação unidades crossmatched/transfundidas foi de 10,1 até 2010 e 7,3 de 2011 a 2012.
Conclusões: Os resultados mudaram o nosso Maximum Surgical Blood Orders Schedule para o tratamento endovascular dos
aneurismas da aorta. Atualmente procedemos ao teste “type and screen” para próteses aorto-bi-iliaca e aorto-uni-iliaca e a testes de crossmatch de duas unidades de glóbulos vermelhos para torácica, três para híbrida-torácica e quatro para híbrida-abdominal. Isto pode levar a menos gastos, aumento de eficácia e reduzir a sobrecarga no departamento de hematologia.

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Publicado

2016-05-31

Como Citar

1.
Machado R, Loureiro L, Antunes I, Coutinho J, Almeida R. Tratamento Endovascular de Aneurismas da Aorta e Transfusão de Sangue. O que Precisamos?. Acta Med Port [Internet]. 31 de Maio de 2016 [citado 21 de Novembro de 2024];29(5):310-4. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7283

Edição

Secção

Original