Neuroimagem e Biomarcadores no Prognóstico Funcional de Doentes com Acidente Vascular Cerebral

Autores

  • João Paulo Branco Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais. Tocha. Portugal.
  • Joana Santos Costa Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • João Sargento-Freitas Serviço de Neurologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Sandra Oliveira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Bruno Mendes Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais. Tocha. Portugal.
  • Jorge Laíns Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais. Tocha. Portugal.
  • João Pinheiro Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7411

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Biomarcadores/sangue, Neuroimagem, Prognóstico, Recuperação Funcional.

Resumo

Introdução: O acidente vascular cerebral é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo o mundo, associando-se a considerável incapacidade funcional. Atualmente sabe-se que tanto técnicas de neuroimagem como determinados biomarcadores fornecem informações úteis acerca da etiologia, decisão terapêutica, follow-up e prognóstico em doentes com acidente vascular cerebral isquémico. Assiste-se, porém, a um interesse particular na previsão do prognóstico vital em detrimento do prognóstico funcional. Antecipar o prognóstico funcional permitiria definir um programa de reabilitação adequado, objetivo e individualizado, com uma alocação de recursos mais eficiente. O presente trabalho tem como objetivo rever o conhecimento atual acerca do papel da neuroimagem e dos biomarcadores sanguíneos em fase aguda na previsão da recuperação funcional dos doentes que sobrevivem a um acidente vascular cerebral isquémico.
Material e Métodos: Revisão da literatura publicada entre 2005 e 2015, em língua inglesa, utilizando os termos “ischemic stroke”, “neuroimaging” e “blood biomarkers”.
Resultados: Foram selecionados nove artigos com base na leitura dos resumos.
Discussão: Técnicas de neuroimagem como a tomografia computorizada, a ecografia doppler transcraniana, a angiografia cerebral
e a imagem de difusão por ressonância magnética apresentam potencial preditivo do prognóstico funcional do acidente vascular cerebral, nomeadamente através da avaliação do fluxo sanguíneo e do volume e localização da lesão, sobretudo quando usados em associação com a National Institutes of Health Stroke Scale. Vários biomarcadores têm sido estudados como potenciais marcadores de diagnóstico, estratificação de risco e previsão de prognóstico no acidente vascular cerebral, em particular a S100 calcium binding protein B, a proteína C-reativa, as metaloproteinases de matriz e o peptídeo natriurético cerebral.
Conclusão: Apesar de alguns biomarcadores e técnicas de neuroimagem revelarem capacidade preditiva, nenhum dos estudos com estas metodologias, isoladamente ou em associação, é capaz de sustentar a validação de um potencial modelo clínico preditivo de funcionalidade, revelando-se assim insuficientes na determinação precisa, nas primeiras horas após o acidente vascular cerebral, do prognóstico funcional aos três meses. Considera-se que são necessários mais estudos nesta área para o seu esclarecimento.

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Publicado

2016-11-30

Como Citar

1.
Branco JP, Costa JS, Sargento-Freitas J, Oliveira S, Mendes B, Laíns J, Pinheiro J. Neuroimagem e Biomarcadores no Prognóstico Funcional de Doentes com Acidente Vascular Cerebral. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2016 [citado 22 de Novembro de 2024];29(11):749-54. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7411

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