Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Dispensa Exclusiva em Farmácia em Portugal: Uma Oportunidade de Acesso Sub-Aproveitada?

Autores

  • Ana Paula Martins Faculdade de Farmácia. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal. http://orcid.org/0000-0002-3988-1162
  • Elizabete Gonçalves PharmD. Formifarma, Lda. Lisboa. Portugal.
  • Ana Marcelo PharmD. Formifarma, Lda. Lisboa. Portugal.
  • Sergio Vilão PharmD. Formifarma, Lda. Lisboa. Portugal.
  • José Aranda Silva PharmD. Formifarma. INODES. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7465

Palavras-chave:

Automedicação, Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica, Portugal, Segurança, Serviços de Farmácia Comunitária.

Resumo

Introdução: Em 2013 foi introduzida em Portugal a classificação quanto à dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia, uma subclassificação dos medicamentos não sujeitos a receita médica. A existência desta classificação de medicamentos promove a acessibilidade aos medicamentos, garantindo a eficácia e a segurança na sua utilização, com benefícios para a saúde pública. O presente artigo analisa os medicamentos classificados como medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia ou com classificação equivalente em sete países europeus, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Noruega, Itália, República Checa e Portugal, e propõe uma lista preliminar das denominações comuns internacionais/ medicamentos que reúnem características que justificariam a sua classificação, em Portugal, como medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia.
Material e Métodos: Para a seleção efetuada, foram analisadas, no universo dos medicamentos autorizados nos países em estudo denominações comuns internacionais/ apresentações que, em pelo menos num dos países considerados, se encontram classificadas
como medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia ou categoria equivalente, e/ou têm a classificação de medicamentos sujeitos a receita médica em Portugal e medicamentos não sujeitos a receita médica em algum dos países considerados.
Resultados: A lista preliminar obtida continha 271 denominações comuns internacionais /apresentações diferentes. Cerca de 19% das denominações comuns internacionais selecionadas não possuíam uma autorização de introdução no mercado válida em Portugal e a maioria (42%) encontra-se classificada em Portugal como medicamentos não sujeitos a receita médica, uma percentagem menor (35%) como medicamentos sujeitos a receita médica, e apenas 4% como medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia.
Conclusão: A segurança constitui um dos fatores mais relevantes a ter em conta no contexto da reclassificação dos medicamentos quanto à sua dispensa ao público. Os dados obtidos permitem uma reflexão acerca da pertinência do alargamento a nível nacional da disponibilidade de medicamentos com a classificação de medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia, que pelas suas características e indicações terapêuticas a que se destinam, beneficiariam de um acesso sem necessidade de prescrição médica, garantindo a segurança na sua utilização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Ana Paula Martins, Faculdade de Farmácia. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.

"Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa"

Publicado

2016-09-30

Como Citar

1.
Martins AP, Gonçalves E, Marcelo A, Vilão S, Silva JA. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Dispensa Exclusiva em Farmácia em Portugal: Uma Oportunidade de Acesso Sub-Aproveitada?. Acta Med Port [Internet]. 30 de Setembro de 2016 [citado 23 de Novembro de 2024];29(9):542-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7465

Edição

Secção

Original