Associação da Intensidade de Dor no Tempo Até à Morte dos Doentes Oncológicos Referenciados aos Cuidados Paliativos

Autores

  • Pedro Barata Serviço de Oncologia Médica. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Filipa Santos Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina. Universidade do Algarve. Faro. Portugal.
  • Graça Mesquita Unidade de Dor Crónica. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Alice Cardoso Cuidados Paliativos. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Maria Paula Custódio Serviço de Oncologia Médica. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Marta Alves Gabinete de Análise Epidemiológica e Estatística. Centro de Investigação. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Ana Luísa Papoila Gabinete de Análise Epidemiológica e Estatística. Centro de Investigação. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • António Barbosa Centro de Bioética. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Peter Lawlor Cuidados Paliativos. Institutos de Investigação de Bruyere e Ottawa. Universidade de Ottawa. Ottawa. Canadá.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7557

Palavras-chave:

Cuidados Paliativos, Medição da Dor, Neoplasias.

Resumo

Introdução: A dor é uma experiência frequente nos doentes com cancro, especialmente naqueles em fase final de vida. Com este estudo, pretendemos estudar a intensidade de dor nos doentes com cancro avançado, referenciados aos cuidados paliativos, analisar os factores associados à ocorrência de dor moderada ou intensa e avaliar a sua relação com o tempo até à morte destes doentes.
Material e Métodos: Estudo prospectivo observacional que incluiu consecutivamente todos os doentes referenciados aos cuidados paliativos com tumores sólidos metastizados e sem tratamento oncológico específico. Foi considerada a intensidade de dor da escala de Edmonton, de acordo com a graduação zero a 10, onde 0 = ausência de dor e 10 = máxima dor possível.
Resultados: Entre outubro de 2012 e junho de 2015, foram incluídos 301 doentes, com idade mediana de 69 anos (37 - 94), 57% homens e 64,8% dos doentes com performance status 3/4. Aproximadamente 42% dos doentes apresentaram dor ≥ 4 e cerca de 74,4% estavam medicados com analgesia opióide. A intensidade de dor esteve associada ao performance status dos doentes, de acordo com a análise multivariável (OR: 1,7; IC 95%: 1,0 - 2,7; p = 0,045). A mediana do tempo de sobrevivência foi de 37 dias (IC 95%: 28 - 46), tendo os doentes com dor moderada ou intensa (intensidade de dor ≥ 4) uma mediana de sobrevivência de 29 dias (IC 95%: 21 - 37), comparada com os 49 dias (IC 95%: 35 - 63) para os doentes sem dor ou dor ligeira (p = 0,022).
Discussão: O performance status, para além de ter estado associado a uma maior intensidade de dor, esteve associado a um menor tempo até à morte dos doentes com cancro avançado referenciados aos cuidados paliativos. Também o internamento, a presença de metastização intra-abdominal e a analgesia opióide estiveram associados de forma negativa ao tempo até à morte destes doentes.
Conclusão: A dor oncológica continua a ser um problema clinicamente relevante nos doentes com cancro avançado.

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Publicado

2016-11-30

Como Citar

1.
Barata P, Santos F, Mesquita G, Cardoso A, Custódio MP, Alves M, Papoila AL, Barbosa A, Lawlor P. Associação da Intensidade de Dor no Tempo Até à Morte dos Doentes Oncológicos Referenciados aos Cuidados Paliativos. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2016 [citado 18 de Julho de 2024];29(11):694-701. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7557

Edição

Secção

Original