A Crise Económica em Médicos do Serviço Nacional de Saúde: Estudo Descritivo das Suas Perceções e Reações em Unidades de Saúde na Região da Grande Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7690Palavras-chave:
Médicos, Política de Saúde, Portugal, Recessão Económica, Saúde PúblicaResumo
Introdução: Na Europa, a evidência sobre o impacto da crise económica nos médicos ainda é escassa. Este estudo explora perceções, opiniões e estratégias de adaptação à crise económica por parte de médicos do setor público na área da Grande Lisboa em Portugal.
Material e Métodos: Um inquérito foi aplicado a 484 médicos, selecionados aleatoriamente, no Hospital de São José de Lisboa (n = 302) e nos agrupamentos de centros de saúde primários de Cascais (n = 96) e Amadora (n = 86). Este trabalho baseia-se na análise estatística descritiva das respostas dadas pelos médicos inquiridos sobre as suas perceções do impacto da crise económica no mercado de serviços médicos (n = 484), das mudanças introduzidas no seu trabalho nos setores público (n = 346) e privado (n = 187), e nas suas intenções de migrar (n = 482).
Resultados: Os médicos inquiridos percepcionaram um aumento da procura dos serviços, mas também uma redução de serviços oferecidos no público, relacionando estas situações com a crise e com um aumento da oferta no setor privado. Os médicos reportaram uma diminuição de salário no setor público (- 30,5%), e um ligeiro aumento no número de horas de trabalho semanal neste setor (+ 2 horas). As respostas indicaram que a mediana das horas de trabalho e rendimentos no privado mantiveram-se constantes entre 2010 e 2015 (16 horas e €2000 mensais). O ajustamento no estilo de vida foi reportado como a principal consequência da crise. O gosto pela profissão médica, a independência e a flexibilidade do trabalho foram os fatores de alívio mais mencionados. Uma percentagem de 15% dos médicos inquiridos declarou considerar a emigração como uma opção para o futuro.
Discussão: Segundo os médicos inquiridos, a crise trouxe mudanças importantes nas suas condições de trabalho e no mercado dos serviços médicos.
Conclusão: À redução salarial e às piores condições de trabalho, correspondeu uma resposta baseada na motivação intrínseca da profissão.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons