A Crise Económica em Médicos do Serviço Nacional de Saúde: Estudo Descritivo das Suas Perceções e Reações em Unidades de Saúde na Região da Grande Lisboa

Autores

  • Inês Rego Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal. Nova School of Business and Economics. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Giuliano Russo Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal. Centre for Primary Care and Public Health. Queen Mary University of London. London. United Kingdom.
  • Luzia Gonçalves Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal. Centro de Estatística e Aplicações. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Julian Perelman Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal. Centro de Investigação em Saúde Pública. Lisboa. Portugal.
  • Pedro Pita Barros Nova School of Business and Economics. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7690

Palavras-chave:

Médicos, Política de Saúde, Portugal, Recessão Económica, Saúde Pública

Resumo

Introdução: Na Europa, a evidência sobre o impacto da crise económica nos médicos ainda é escassa. Este estudo explora perceções, opiniões e estratégias de adaptação à crise económica por parte de médicos do setor público na área da Grande Lisboa em Portugal.
Material e Métodos: Um inquérito foi aplicado a 484 médicos, selecionados aleatoriamente, no Hospital de São José de Lisboa (n = 302) e nos agrupamentos de centros de saúde primários de Cascais (n = 96) e Amadora (n = 86). Este trabalho baseia-se na análise estatística descritiva das respostas dadas pelos médicos inquiridos sobre as suas perceções do impacto da crise económica no mercado de serviços médicos (n = 484), das mudanças introduzidas no seu trabalho nos setores público (n = 346) e privado (n = 187), e nas suas intenções de migrar (n = 482).
Resultados: Os médicos inquiridos percepcionaram um aumento da procura dos serviços, mas também uma redução de serviços oferecidos no público, relacionando estas situações com a crise e com um aumento da oferta no setor privado. Os médicos reportaram uma diminuição de salário no setor público (- 30,5%), e um ligeiro aumento no número de horas de trabalho semanal neste setor (+ 2 horas). As respostas indicaram que a mediana das horas de trabalho e rendimentos no privado mantiveram-se constantes entre 2010 e 2015 (16 horas e €2000 mensais). O ajustamento no estilo de vida foi reportado como a principal consequência da crise. O gosto pela profissão médica, a independência e a flexibilidade do trabalho foram os fatores de alívio mais mencionados. Uma percentagem de 15% dos médicos inquiridos declarou considerar a emigração como uma opção para o futuro.
Discussão: Segundo os médicos inquiridos, a crise trouxe mudanças importantes nas suas condições de trabalho e no mercado dos serviços médicos.
Conclusão: À redução salarial e às piores condições de trabalho, correspondeu uma resposta baseada na motivação intrínseca da profissão.

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Publicado

2017-04-28

Como Citar

1.
Rego I, Russo G, Gonçalves L, Perelman J, Pita Barros P. A Crise Económica em Médicos do Serviço Nacional de Saúde: Estudo Descritivo das Suas Perceções e Reações em Unidades de Saúde na Região da Grande Lisboa. Acta Med Port [Internet]. 28 de Abril de 2017 [citado 17 de Julho de 2024];30(4):263-72. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7690

Edição

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