Heterogeneidade Fenotípica por Mutação Germinativa nos Genes Mismatch Repair em Doentes com Síndrome de Lynch
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7774Palavras-chave:
Neoplasias Colorretais Hereditárias sem Polipose, Neoplasias do Endométrio, Reparação de Incompatibilidade de ADN, Síndromes Neoplásicas Hereditárias, Transtornos por Deficiências na Reparação de ADN.Resumo
Introdução: A síndrome de Lynch é a forma hereditária mais comum de cancro colo-rectal, sendo também responsável por cancro do endométrio e de outros tipos. Associa-se a mutações germinativas nos genes de mismatch repair do ADN e a instabilidade de microssatélites. As mutações MLH1 e MSH2 têm um fenótipo de síndrome de Lynch ‘clássico’, sendo o MSH2 mais associado a cancro extra-cólico. Mutações do MSH6 e PMS2 têm um fenótipo atípico. A expressão clínica é heterogénea, existindo uma correlação entre o gene mismatch repair mutado e o padrão fenotípico.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos dados clínicos de doentes que cumpriam os critérios de Amesterdão ou que tinha mutações nos genes mismatch repair, entre setembro de 2012 e outubro de 2015.
Resultados: Identificámos 28 doentes. Dezassete tinham cancro colo-rectal sendo a localização no cólon direito predominante. Cinco tiveram cancro do endométrio (mediana da idade de diagnóstico – 53), sem qualquer mutação no MSH6. Cinco desenvolveram outros cancros. Todos os casos com mutações mismatch repair estudados tinham instabilidade de microssatélites.
Discussão: Na maioria dos casos foi encontrada mutação no MSH2 apesar de o MLH1 ser descrito na literatura como o gene mais frequentemente mutado. Interessa dizer que os doentes com cancro colo-rectal não evidenciam uma tendência para ter muito infiltrado inflamatório. Na maioria dos casos foi realizada colectomia parcial apesar da incidência elevada de lesões síncronas e metácronas associadas. Histerectomia e anexectomia profilática foi realizada em doentes em menopausa/perimenopausa.
Conclusão: O registo standardizado dos dados dos doentes poderá levar a um melhor acompanhamento e conhecimento desta síndrome. O uso das Guidelines de Bethesda poderá identificar novos casos que escapam aos critérios de Amesterdão. A pesquisa de instabilidade de microssatélites deve ser feita em muito maior número. Embora seja descrita na literatura uma correlação genótipo/fenótipo, o nosso estudo não verificou esta correlação de forma estatisticamente signficativa, talvez por a amostra ser pequena e os registos clínicos insuficientes.
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