Heterogeneidade Fenotípica por Mutação Germinativa nos Genes Mismatch Repair em Doentes com Síndrome de Lynch

Autores

  • Jorge Hernâni-Eusébio Faculty of Medicine. University of Porto. Porto. Portugal.
  • Elisabete Barbosa Department of General Surgery. Centro Hospitalar de São João. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7774

Palavras-chave:

Neoplasias Colorretais Hereditárias sem Polipose, Neoplasias do Endométrio, Reparação de Incompatibilidade de ADN, Síndromes Neoplásicas Hereditárias, Transtornos por Deficiências na Reparação de ADN.

Resumo

Introdução: A síndrome de Lynch é a forma hereditária mais comum de cancro colo-rectal, sendo também responsável por cancro do endométrio e de outros tipos. Associa-se a mutações germinativas nos genes de mismatch repair do ADN e a instabilidade de microssatélites. As mutações MLH1 e MSH2 têm um fenótipo de síndrome de Lynch ‘clássico’, sendo o MSH2 mais associado a cancro extra-cólico. Mutações do MSH6 e PMS2 têm um fenótipo atípico. A expressão clínica é heterogénea, existindo uma correlação entre o gene mismatch repair mutado e o padrão fenotípico.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos dados clínicos de doentes que cumpriam os critérios de Amesterdão ou que tinha mutações nos genes mismatch repair, entre setembro de 2012 e outubro de 2015.
Resultados: Identificámos 28 doentes. Dezassete tinham cancro colo-rectal sendo a localização no cólon direito predominante. Cinco tiveram cancro do endométrio (mediana da idade de diagnóstico – 53), sem qualquer mutação no MSH6. Cinco desenvolveram outros cancros. Todos os casos com mutações mismatch repair estudados tinham instabilidade de microssatélites.
Discussão: Na maioria dos casos foi encontrada mutação no MSH2 apesar de o MLH1 ser descrito na literatura como o gene mais frequentemente mutado. Interessa dizer que os doentes com cancro colo-rectal não evidenciam uma tendência para ter muito infiltrado inflamatório. Na maioria dos casos foi realizada colectomia parcial apesar da incidência elevada de lesões síncronas e metácronas associadas. Histerectomia e anexectomia profilática foi realizada em doentes em menopausa/perimenopausa.
Conclusão: O registo standardizado dos dados dos doentes poderá levar a um melhor acompanhamento e conhecimento desta síndrome. O uso das Guidelines de Bethesda poderá identificar novos casos que escapam aos critérios de Amesterdão. A pesquisa de instabilidade de microssatélites deve ser feita em muito maior número. Embora seja descrita na literatura uma correlação genótipo/fenótipo, o nosso estudo não verificou esta correlação de forma estatisticamente signficativa, talvez por a amostra ser pequena e os registos clínicos insuficientes.

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Biografias Autor

Jorge Hernâni-Eusébio, Faculty of Medicine. University of Porto. Porto. Portugal.

6th Year Medical Student at Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Elisabete Barbosa, Department of General Surgery. Centro Hospitalar de São João. Porto. Portugal.

General Surgery Specialist at the Service of General Surgery of Centro Hospitalar de São João and Volunteer Tutor at Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

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Publicado

2016-10-31

Como Citar

1.
Hernâni-Eusébio J, Barbosa E. Heterogeneidade Fenotípica por Mutação Germinativa nos Genes Mismatch Repair em Doentes com Síndrome de Lynch. Acta Med Port [Internet]. 31 de Outubro de 2016 [citado 23 de Novembro de 2024];29(10):587-96. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7774

Edição

Secção

Original AMP Student