Avaliação da Função e Qualidade de Vida após Artroplastia Total da Anca por Diferentes Vias de Abordagem
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7834Palavras-chave:
Amplitude de Movimento Articular, Artroplastia Total da Anca, Qualidade de Vida, Recuperação de Função, Resultado do TratamentoResumo
Introdução: Avaliar a função e qualidade de vida em doentes submetidos a artroplastia total da anca fazendo distinção quanto às duas vias de abordagem (posterior/ântero-lateral) usadas pelo Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Leiria.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 94 doentes sujeitos a artroplastia unilateral da anca, através do questionário Hip Osteoarthritis Outcome Score (HOOS LK 2.0), teste de Trendelenburg e avaliação da força muscular dos abdutores da anca com dinamómetro. Avaliaram-se os doentes aos seis meses, 12 meses, 18 meses e 24 meses pós-operatório.
Resultados: O estudo revelou que 97,9% doentes cumpriram programa de reabilitação. A evolução pós-cirúrgica (seis a 24 meses) mostrou ter resultados diferentes nas duas vias de abordagem. Aos seis meses os doentes operados pela via ântero-lateral apresentaram piores resultados quando comparados com a via posterior, nomeadamente Hip Osteoarthritis Outcome Score dor, Hip Osteoarthritis Outcome Score sintomas e Hip Osteoarthritis Outcome Score atividades da vida. Aos 24 meses, não parecem existir diferenças entre as duas vias de abordagem. Dos 94 doentes avaliados no estudo, o teste de Trendelenburg foi positivo em 31% dos doentes, sendo que 81,9% corresponderam a doentes operados pela via ântero-lateral. A força muscular dos abdutores da anca operada foi inferior na via ântero-lateral aos seis meses, 12 meses e aos 24 meses.
Discussão: Este trabalho evidenciou que nos primeiros seis meses pós-artroplastia total da anca, os doentes operados por via posterior apresentaram-se, de acordo com o questionário HOOS, menos sintomáticos, com melhor qualidade de vida e com menor impacto nas atividades de vida diária e no desporto e lazer quando comparados com os doentes operados por via ântero-lateral. Contudo, estas diferenças foram-se igualando ao longo dos 24 meses. Verificou-se ainda que os índices de força muscular dos músculos abdutores da anca foram claramente superiores nos doentes operados por via posterior aos seis meses, aos 12 meses e aos 24 meses comparativamente aos doentes operados por via ântero-lateral.
Conclusão: Aos 24 meses pós-artroplastia total de anca não parecem existir diferenças entre as duas vias de abordagem no que diz respeito à função e qualidade de vida. Contudo, verificou-se que os doentes operados pela via ântero-lateral apresentaram maiores défices de força muscular e maior percentagem de testes de Trendelenburg positivos.
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